Mais de 50 mil famílias da Área Metropolitana de Lisboa (AML) vivem atualmente em condições indignas.
A informação foi avançada esta terça-feira, como resultado do "Diagnóstico das Condições Habitacionais Indignas na Área Metropolitana de Lisboa", apresentado na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
O relatório indica que dos 50 mil agregados, mais de metade vivem em situação de insegurança e insalubridade e cerca de 20% em condições de precariedade, sendo que, um quinto das famílias da AML tem um encargo superior a 400 euros com a renda da casa (sem contar com outras despesas) ou prestação (excluindo seguros, condomínios, etc.), o que representa o dobro da média nacional.
Ou seja, muitas das famílias já estão acima dos 40% do seu rendimento usado em despesa com habitação, e os autores do estudo consideram que isso "coloca em risco o desenvolvimento futuro da AML" e que o quadro agravar-se-á se nada foi feito perante a atual conjuntura.
O estudo estima que 62% das famílias não têm acesso à habitação nas atuais de condições de mercado – ou seja, não encontram habitação sem despender mais de 40% do seu rendimento – e que os restantes correm o risco de deixar de ter acesso.
O estudo, descrito como "inédito" e "o primeiro levantamento das condições habitacionais indignas realizado à escala metropolitana", foi produzido para a AML por uma equipa da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, liderada por Ana Pinho, Luís Carvalho e David Vale.
Os autores escolhem, face a este cenário, "duas palavras-chave: urgência e necessidade".