Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, defendeu esta terça-feira que a emergência climática "não merece as migalhas" da União Europeia (UE), que deve apresentar mais ambição na luta contra as alterações climáticas.
O ambientalista falava a propósito do anúncio hoje feito pela UE, que se comprometeu a reduzir em 57%, que antes era em 55%, até 2030 a emissão de gases com efeito de estufa.
"O aumento de dois pontos percentuais, de 55% para 57%, no compromisso da UE em reduzir as emissões líquidas até 2030 está longe dos necessários pelo menos 65%, que é o valor justo com que a UE se deve comprometer para limitar o aquecimento global no 1,5ºC", disse Francisco Ferreira, num depoimento feito da partir de Sharm el-Sheikh, no Egito, onde se encontra a participar na conferência da ONU sobre o clima (COP27).
O responsável disse ainda que o aumento não responde aos apelos dos países mais vulneráveis e questionou: "Se a UE, com um forte histórico de emissão de gases com efeitos de estufa, não lidera a mitigação nas alterações climáticas, quem o fará?".
Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, anunciou, também em Sharm el-Sheikh, que UE deverá atingir "pelo menos 57%" de redução de emissões até 2030, sendo que o objetivo anterior era de pelo menos 55%.
"Estamos firmemente no caminho para finalizar toda a legislação, a fim de implementar as nossas metas climáticas até ao final do ano", disse o político que tem o pelouro do Pacto Ecológico Europeu.
A COP27 está a decorrer desde 6 de novembro e reúne decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais para tentar travar o aquecimento do planeta, limitando o aquecimento global a 2ºC (graus celsius), e se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial.
A conferência termina na sexta-feira.