Se o casamento é um mar de rosas, o divórcio pode ser um pesadelo. Ou, pelo menos, é essa a imagem que fica da separação entre o antigo jogador de futebol profissional italiano Francesco Totti e Ilary Blasi. O casal que ficou conhecido como ‘Posh and Becks de Itália’, em alusão ao ex-futebolista britânico David Beckham e à mulher Victoria Beckham, esteve casado por 17 anos no que poderia ser apelidado de um romance de conto de fadas. Para as câmaras, pintaram a imagem perfeita de uma família feliz com os seus três filhos. A cerimónia em que deram o nó, que teve direito a emissão televisiva como se de realeza se tratasse, teve lugar numa antiga basílica romana, em 2005, e certamente deve ter renovado a fé dos telespectadores italianos no mito do ‘felizes para sempre até que a morte nos separe’.
Contudo, o casal não viveu feliz para sempre, tendo anunciado a separação em julho deste ano. E logo o caso ficou feio, para bonança dos tabloides, com alegações de traição, falta de apoio durante a pandemia de covid-19 e problemas de saúde mental, como reportou na altura a imprensa internacional.
E, enquanto que a maioria dos casais famosos resolve os problemas matrimoniais nos tribunais, Totti e Blasi recorreram a uma «guerra de guarda-roupa», como escreve o jornal romano Il Messaggero. Segundo o antigo jogador do Roma, Blasi, de 45 anos, terá roubado a sua coleção de relógios Rolex, avaliada em mais de um milhão de euros. «Esvaziou os cofres com a ajuda do pai», contou. Como vingança, Totti, de 46 anos, terá escondido malas Dior, Louis Vuitton, Hermès e Chanel, e sapatos Jimmy Choo, Amina Muaddi e Gucci que pertenciam à sua ex, de acordo com uma reportagem do jornal italiano Corriere della Sera.
«O que era suposto eu fazer? Eu escondi as malas e os sapatos de marca à espera que pudéssemos negociar uma troca», admitiu o ex-futebolista àquele jornal. Uma fonte próxima de Totti terá ainda dito à imprensa italiana: «Blasi só precisa de devolver os relógios e o assunto acaba aqui».
Depois de quase duas décadas juntos, Totti sabia exatamente onde atingir a ex-companheira, não lhe sendo indiferente o seu gosto pela sua coleção de produtos de marcas de luxo, já que deu o nome Chanel a uma das suas filhas. No entanto, depois de alguns dias, arrependeu-se e devolveu à ex-mulher os seus acessórios de moda, embora, ele nunca mais tenha posto a vista em cima dos relógios Rolex.
Sendo um dos assuntos mais falados por estes dias em Itália, o divórcio que está longe de ser amigável tem dado azo a que corra muita tinta nos jornais, particularmente sobre os motivos que terão levado o antigo jogador da Roma e a modelo e apresentadora a separarem-se.
Numa entrevista ao jornal Corriere della Sera, onde contou a sua versão da história, Totti acusou a ex-mulher de traição e de não o ter apoiado durante uma fase difícil na sua vida.
«Não é verdade que tenha sido eu o primeiro a trair. Li demasiadas parvoíces nas últimas semanas, algumas delas fizeram os meus filhos sofrer. Chega. Vivi um período difícil. Primeiro quando deixei de jogar, depois com a morte do meu pai, vítima de covid-19, e, quando mais precisava da minha mulher, ela não estava lá», desabafou em setembro àquele jornal italiano.
Apesar de ter admitido que também cometeu erros durante o casamento, o craque da bola não escondeu a mágoa que sentia: «Em setembro do ano passado comecei a ouvir rumores de que a Ilary teria outro. Efetivamente, [tinha] mais do que um. Depois descobri mensagens no telemóvel dela, do género ‘vemo-nos no hotel, é mais prudente da minha parte’. Caí numa depressão e só saí dela graças à Noemi Bocchi [a atual companheira], que é em tudo diferente da Ilary.»
O divórcio, que promete ser resolvido na Justiça, está a ser vivido intensamente também pelo público, dado o estatuto de lenda de Totti em Roma. É um dos jogadores mais celebrados da sua geração e um dos mais amados da história do clube da capital italiana, sendo reverenciado por nunca ter abandonado a equipa, na qual foi capitão, ao longo de toda a sua carreira futebolística.