Mais de um terço dos empresários considera que a semana de quatro dias apenas será benéfica para os trabalhadores, enquanto cerca de um terço acredita que não traz benefícios a qualquer das partes. Estas são algumas das principais conclusões de um estudo da Associação Empresarial de Portugal (AEP) divulgado esta sexta-feira.
“Do ponto de vista das empresas, mais de metade dos empresários consideram “nada vantajoso” os vários cenários apresentados para a implementação da semana de quatro dias, mesmo aqueles que incorporam a possibilidade de um corte de 10% nos salários e um apoio financeiro do Estado para apoiar a transição para o novo modelo”, revelam ainda os dados.
E acrescentam que a avaliação é diferente quanto ao ponto de vista do impacto no trabalhador, “onde os empresários percecionam como sendo vantajosa nos diferentes cenários possíveis”.
Assim, quanto ao impacto positivo nos trabalhadores, as empresas dizem valorizar sobretudo os fatores de bem-estar pessoal (83% das empresas atribuem um impacto positivo ou muito positivo), da qualidade de vida (83%), do apoio à família (76%) e dos custos com deslocações (66%).
“Uma maior proporção de empresários considera que a implementação da semana de quatro dias terá um impacto neutro em fatores como a satisfação no trabalho, a intenção de permanecer na empresa ou o nível de comprometimento com a empresa”, lê-se no estudo.
Os resultados mostram também que a esmagadora maioria das empresas “concorda (parcial ou totalmente) que, em alternativa ao modelo da semana de quatro dias, seria preferível uma total flexibilidade no modelo a adotar, por acordo entre o trabalhador e a empresa (77% das empresas)”.
Quando questionados sobre os impactos em diversos fatores, “os empresários atribuem um impacto mais negativo ao nível dos lucros (71% das empresas considera negativo ou muito negativo), das queixas dos clientes (70%), da organização dos processos internos (70%), da competitividade (69%) e da produtividade (65%)”.
No que diz respeito aos impactos positivos, os inquiridos destacam os custos de energia (40% das respostas consideram um fator positivo ou muito positivo) e a taxa de absentismo (39%).