Nos meios políticos circula uma versão de que a depressão que faz o presidente Bolsonaro ter saído do Palácio apenas quatro vezes depois da eleição, deve-se a consciência de que eram verdadeiros os alertas que recebeu que suas declarações polémicas e brigas colocavam em risco uma eleição disputada. O presidente vem acentuando o seu isolamento, que certamente vai se refletir em seu futuro político.
Seu partido entrou com uma representação pedindo «novas eleições e o cancelamento de mais de 200 mil urnas». O Tribunal Eleitoral não aceitou e multou a coligação em quatro milhões de euros por «litigância de má-fé». Mas os dois outros partidos, PP, do Chefe da Casa Civil, senador Ciro Nogueira, e o Republicanos, que elegeu o governador de São Paulo, negaram estar de acordo com o documento e foram retirados da multa. A ação que apresentou contra o presidente eleito Lula e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também não agradou a seus próprios partidários. A maioria reconhece o resultado eleitoral.
Os comandantes militares resolveram renunciar a seus comandos no Natal para que seus substitutos já estejam em função no dia da posse. Bolsonaro não gostou. Seu aliado Arthur Lira, presidente da Câmara que busca a reeleição, vem evitando os temas polêmicos levantados pelo presidente e seu grupo mais próximo.
O Senado aprovou 12 novos embaixadores. Mas retirou de pauta três postos relevantes, Argentina, Itália e Vaticano, que Lula quer nomear. A verba extra-orçamento para cobrir gastos sociais deve ser aprovada, mas em valores bem inferiores aos pedidos pela assessoria de Lula da Silva. Tem de ser aprovada antes do Natal.
O presidente da Câmara, Deputado Artur Lira, aliado do Presidente Bolsonaro, fechou acordo com partidos de esquerda para sua reeleição dia 1 de fevereiro. Lula, pragmático, sabendo que o deputado seria reeleito, resolveu apoiar. O pai de Lira, Benedito Lira, é senador. São políticos que Bolsonaro deveria de ter ouvido ao invés de construir sua derrota agindo sem obedecer à liturgia do Poder. Que pede mais conciliação do que confrontação.
VARIEDADES
• O UBS rebaixou a recomendação de compra para venda de ações da Petrobras, e o preço estimado caiu de 47 para 22 reais. O Itaú, que tinha fixado o valor em 38 reais, deve anunciar nova avaliação. A empresa perdeu um terço de seu valor de mercado desde a eleição de Lula da Silva, há pouco mais de um mês.
• No Brasil, surpreendente o Porto Açu, no norte do Estado do Rio, em pouco mais de seis anos de operação, já é o terceiro do país, responsável principal na exportação de petróleo e com contrato de quase 30 milhões de toneladas por ano de minério de ferro. Sua área é superior a 100 km2 e, em dez anos, será o maior polo de geração de energia eólica, solar e gás natural do Brasil. A eólica será no mar.
• Autoridades americanas liberaram a mudança de nome do banco adquirido há dois anos pelo Bradesco. Passa a se chamar Bradesco Bank, e tem base na Flórida. Já o SAFRA, que em NYC leva o nome de NATIONAL REPUBLIIC, comprou o DELTA BANK da família do banqueiro Aloísio Faria. O SAFRA do Brasil comprou o ALFA, por duzentos milhões de euros da mesma família.
• Copacabana parou domingo com a Parada Gay – LGBT – que reuniu mais de cem mil participantes, em animação que durou o domingo inteiro na orla marítima. E o bairro comemorou também a volta do CERVANTES, restaurante tradicional na boémia carioca por servir famosos sanduíches até às cinco da manhã. Estava fechado com a pandemia desde 2020. E ainda em Copacabana, o emblemático conjunto do Edifício Chopin ao lado do Copacabana Palace e com vista para a área da piscina do hotel, – criação nos anos cinquenta de Spitzman Jordan – deve transformar as lojas internas em seis apartamentos de 110 metros com duas suítes. Ideal para paulistas frequentadores do hotel ao lado.
• A China que é a segunda maior produtora de milho do mundo, abaixo dos EUA e acima do Brasil, consome mais do que produz. E comprou pela primeira vez milho brasileiro, em contrato de um milhão de toneladas.
• Casos de covid aumentam, mas com menos internações.
• O deputado Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais e candidato a Presidente em 2010, foi inocentado no STF de acusações não comprovadas de corrupção. A denuncia do Ministério Publico se baseou em acusações verbais.
• O comércio registra aumento superior ao esperado para compras de Natal. A Copa do Mundo praticamente zerou estoque de televisores.
• O Senado aprovando um aumento para magistrados com medida que acrescenta cinco por cento a cada quinquênio na função. Uma fórmula de não beneficiar os salários vinculados.
• O Rio de Janeiro pioneiro nas grandes árvores de Natal pelo segundo ano não terá o evento.