As forças russas atingiram o prédio da administração regional na cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, com mísseis, alertou, um alto funcionário ucraniano, numa altura em que os ataques nesta região do país invadido estão a voltar a aumentar e que podem vir a piorar.
O vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Kyrylo Tymoshenko, disse que o ataque, levado a cabo na quarta-feira, deixou dois andares do prédio, que se situa na praça central de Kherson, cidade que foi libertada do domínio russo em novembro, danificados, mas clarificou que ninguém ficou ferido.
A Rússia tem bombardeado a cidade de Kherson do lado oposto do rio Dnieper desde que deixou a cidade e se retirou da margem ocidental do rio.
Esta segunda-feira, dois civis morreram depois de um ataque russo “massivo” na nesta região, que deixaram ainda outras cinco pessoas feridas.
O governador de Kherson, Yaroslav Yanushevich, confirmou que o ataque russo atingiu uma casa, assim como as linhas de fornecimento de eletricidade, que ficaram danificadas, e aconselhou a população a refugiar-se em abrigos, temendo a possibilidade de novos ataques, disse na sua conta de Telegram.
Numa altura em que parece não haver tréguas entre Rússia e Ucrânia, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terá ligado, segundo o Guardian, para Moscovo no início da semana de forma a negociar um cessar fogo e para as tropas russas abandonarem o país até ao Natal, como o primeiro passo para um acordo de paz no conflito, que já dura quase 10 meses, no entanto, o Kremlin afirma que esta opção está fora de questão.
“Ninguém apresentou qualquer proposta. Este assunto não está na agenda”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, aos jornalistas, depois de questionado sobre a possibilidade de uma pausa nos combates na Ucrânia durante o Natal.
“A operação militar especial continua”, acrescentou o porta-voz, numa altura em que Moscovo poderá intensificar estes ataques depois dos Estados Unidos terem confirmado que irão enviar mísseis Patriot para a Ucrânia, algo que torna este país “imediatamente um alvo legítimo das Forças Armadas” russas, já tinha dito, no final de novembro, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev.
As autoridades dos EUA dizem que Washington aprovará o envio do sistema de defesa aérea Patriot para a Ucrânia e a sua formalização deverá ocorrer ainda esta semana, podendo até ser anunciada já na quinta-feira, disseram três oficiais à Associated Press, citados pelo Guardian, na condição de anonimato, uma vez que a decisão não é final e não foi tornada pública.
O sistema de defesa Patriot, caso seja aprovado, será o mais avançado sistema de mísseis terra-ar que o Ocidente forneceu à Ucrânia para ajudar a repelir ataques aéreos russos.
A Ucrânia pediu aos Estados Unidos este sistema de defesa antiaérea e de ataque, capaz de intercetar mísseis balísticos e de cruzeiro, dada a intensificação dos bombardeamentos russos, que têm destruído infraestruturas essenciais ucranianas, nomeadamente centrais elétricas.
Desconhece-se, porém, a quantidade de baterias antiaéreas a enviar para a Ucrânia.
Uma bateria inclui normalmente um radar, que deteta e rastreia o alvo, computadores, geradores e uma estação de controlo, além de oito pequenos lançadores com quatro mísseis prontos para disparar.