EUA. Comité recomenda abertura de processo criminal contra Trump

O congresso delineou que o Presidente e os seus aliados violaram quatro estatutos criminais federais.

O comité que investiga a invasão ao Capitólio por parte de apoiantes de Donald Trump, declarou, de forma unânime, que fosse aberto um processo criminal contra o ex-Presidente, o seu advogado John Eastman e a outros aliados por violarem quatro estatutos criminais federais.

Segundo a congressista Jamie Raskin, que delineou as acusações criminais, as acusações que Trump deverá enfrentar pela sua tentativa de anular o resultado das eleições de 2020 são: “obstrução de um processo oficial”, “conspiração para cometer fraude nos Estados Unidos”, “conspiração para fazer uma declaração falsa ao governo federal”, “incitar, assistir ou auxiliar uma insurreição”.

Depois desta decisão, que aconteceu numa reunião ao final da tarde de segunda-feira, após 18 meses de trabalho, com os sete Democratas e dois Republicanos que integram a comissão, caberá agora ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciar ou não Trump, com os resultados desta investigação do Congresso a poderem ajudar na deliberação contra o ex-Presidente.

“Agora voltamo-nos para o sistema de justiça criminal para garantir a Justiça nos termos da lei. O povo americano pode garantir que ele Trump não seja novamente eleito”, escreveu o membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Adam Kinzinger, na sua conta pessoal de Twitter.

Segundo o presidente do painel, Bennie Thompson, as referências serão enviadas ao departamento de justiça brevemente.

Além de Trump, quatro membros do Congresso também serão encaminhados ao comité de ética da Câmara por se recusarem a cumprir as intimações, nomeadamente, os republicanos Kevin McCarthy, líder da minoria na Câmara e candidato a presidente da Califórnia, Jim Jordan de Ohio, Scott Perry da Pensilvânia e Andy Biggs do Arizona.

“O nosso sistema não é onde soldado rasos vão para a cadeia e os mentores e líderes têm passe livre”, disse o democrata de Maryland, Jamie Raskin.

Contudo, nem todos concordam com estas conclusões, nomeadamente a congressista de extrema-direita, Marjorie Taylor Greene, comparando esta medida à repressão de rivais políticos em “países comunistas”. “Eles conduzem julgamentos e acusações falsas”, escreveu num post nas redes sociais. “Eles prendem os seus oponentes políticos para os derrotar, assustar e silenciar o país cheio de pessoas que os apoiam”.