Com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) a nível global, Portugal não parece estar atrás da vanguarda tecnológica.
Rui Lopes é o fundador da Agentifai e o criador da ‘Alice’, uma assistente digital que foi considerada, este ano, o primeiro programa de inteligência artificial de voz no mundo a ser utilizado em hospitais para agendamento de consultas.
A startup sediada em Braga recebeu um investimento de 10 milhões de euros pelo fundo Next Tech Fund e tem dado que falar quanto às potencialidades da inteligência artificial em diversas áreas.
Contrariando as ideias recorrentes, Rui Lopes, o atual CEO da empresa, refere ao i que “o papel da IA não é substituir, mas sim acrescentar valor”, argumentando que inúmeras das funções onde a IA pode ser aplicada “são em trabalhos repetitivos que provocam um enorme desgaste humano”. Reconhece, ainda assim, que a tecnologia vai desencadear uma mutação profunda na estrutura do mercado e que as pessoas ver-se-ão obrigadas a especializar-se em novas áreas de qualificação e a “tentar encontrar novas skills” que se ajustem ao que é exigido pelas novas tendências.
Atualmente a Alice já está disponível nos hospitais Lusíadas e na aplicação da Caixa Geral de Depósitos.
No que diz respeito ao setor da saúde, Rui Lopes define o programa como uma plataforma de comunicação, “com funcionalidades de voz e escrita” que consegue “marcar as consultas dos pacientes nas especialidades que tiverem necessidade, enquanto verifica em simultâneo o seguro do utente e o horário do respetivo médico”. Além disso, “estabelece uma ligação telefónica com a pessoa a sugerir uma consulta, caso o seu historial no hospital indique que é o momento certo para fazer a remarcação” e tem como principais vantagens “ser um mecanismo de atendimento imediato, que não exige tempo de espera na linha telefónica e que proporciona reduções de custos significativos, visto que maioria dos contactos com o paciente ficam à responsabilidade da assistente digital”.
Na área da banca, o criador da ‘Alice’ descreve o programa informático como uma ferramenta versátil e dinâmica que também “recorre à comunicação oral e escrita”, e que está disponível para executar a generalidade das funcionalidades da aplicação do banco, como “transações e consultas bancárias, pagamentos de serviços e movimentos MB WAY”.