Um dia depois do comité que investiga a invasão ao Capitólio ter decido abrir um processo criminal contra Donald Trump, esta terça-feira, este mesmo grupo preparava-se para aprovar a divulgação das declarações fiscais do ex-Presidente dos Estados Unidos ao público, numa votação cujo resultado apenas foi conhecido após o fecho do jornal.
Graças a uma decisão do Supremo Tribunal, no mês passado, foi autorizado ao departamento do tesouro entregar os documentos de Trump ao comité, “encerrando uma luta de três anos do ex-Presidente para proteger muitos de seus segredos financeiros mais íntimos”, recorda o Guardian, que agora poderão chegar ao conhecimento do público.
Segundo o jornal inglês, “é quase certo” que o comité vote para divulgar pelo menos algumas das informações, embora ainda seja incerto o “quando e de que forma” isso irá acontecer. No entanto, dado que os democratas têm lutado tanto para conseguir esta aprovação e a sua maioria na Câmara está a chegar aos últimos dias, é razoável presumir que tentarão tomar uma decisão em breve.
Esta segunda-feira, o comité declarou, de forma unânime, que fosse aberto um processo criminal contra o ex-Presidente, o seu advogado John Eastman e a outros aliados por violarem quatro estatutos criminais federais.
Segundo a congressista Jamie Raskin, que delineou as acusações criminais, as acusações que Trump deverá enfrentar pela sua tentativa de anular o resultado das eleições de 2020 são: “obstrução de um processo oficial”, “conspiração para cometer fraude nos Estados Unidos”, “conspiração para fazer uma declaração falsa ao governo federal”, “incitar, assistir ou auxiliar uma insurreição”.
O ex-Presidente norte-americano já reagiu a estas acusações e acusou o painel de querer impedi-lo de se recandidatar à presidência. “Esta gente não percebe que, quando vêm atrás de mim, as pessoas que amam a liberdade defendem-me”, escreveu num comunicado que foi divulgado na sua rede social Truth Social. “Isto fortalece-me. O que não me mata torna-me mais forte”.
Face a estas acusações, várias figuras de relevo do Partido Republicano permanecem em silêncio perante as várias acusações criminais contra o ex-Presidente Trump.
O líder Republicano do Senado, Mitch McConnell, foi uma das figuras do partido que pediu “uma explicação imediata e completa” depois de o FBI executar o mandado de busca de agosto em Mar-a-Lago.