por João Sena
A possibilidade Portugal voltar a ter uma prova de Fórmula 1 em 2023 cai por terra com a intenção dos organizadores chineses recuperarem o seu grande prémio. A imprensa inglesa avança que os organizadores estão em conversações com a Liberty, o promotor do campeonato, para que a prova seja reintegrada no calendário deste ano. Ou seja, nesta altura há duas provas (Portugal e China) para apenas uma vaga. A situação deverá ficar resolvida muito em breve a favor dos chineses. Uma coisa ficou logo clara: os diretores de equipa querem manter as 24 corridas previstas no calendário.
A China assinou um contrato com a Liberty e fez o pagamento para organizar a prova, e agora que a covid 19 deixou de ser um problema interno quer fazer valer esse contrato.
A confirmar-se a reentrada da China, cai por terra o trabalho realizado pelo governo português, com forte apoio do turismo, para encontrar parceiros que viabilizassem a realização do Grande Prémio de Portugal entre 14 e 16 de abril. Era uma das opções mais viáveis tendo em conta a logística, o clima e a disponibilidade da pista. Houve várias reuniões com os promotores da Fórmula 1 e, sabe o Nascer do SOL, foi apresentada uma proposta e as necessárias garantias financeiras. Os valores para colocar Portugal no calendário ultrapassam os 20 milhões de euros.
No início de dezembro, a FIA anunciou que o Grande Prémio da China não iria realizar-se devido à política Zero Covid em vigor no país, que impunha restrições às viagens e períodos obrigatórios de quarentena a quem chegasse do estrangeiro. Na mesma altura, a Liberty disse que estava a considerar alternativas e surgiu, então, a possibilidade de realizar a prova de substituição em Portugal. Foi com grande surpresa que as autoridades chinesas decidiram eliminar o período de quarentena a partir de 8 de janeiro, reabrindo o país às visitas de trabalho e de estudo e quem pretenda visitar familiares.
Os organizadores da prova aproveitaram essa aberta para pedir ao diretor executivo da Fórmula 1, Stefano Domenicali, que coloque novamente o grande prémio no calendário. Este aliviar das restrições acontece numa altura em que o número de pessoas infetadas com covid 19 continua a aumentar na China, embora o Governo garanta que a situação está controlada
No estado atual, resta saber se as equipas e pilotos têm interesse em viajar para este país asiático, é que os protocolos de segurança para combater a covid 19 na Fórmula 1 são bastante rigorosos, e foi graças a isso que a normalidade voltou às corridas ainda em 2020. Por outro lado, a China é um país muito importante para a Fórmula 1 e ficar sem o grande prémio para colocar Portugal não seria bem aceite pelos chineses, e tanto a Liberty como a FIA sabem bem o que está em jogo.