Indiana Jones. O herói de 80 anos regressa ao grande ecrã

Mais de 40 anos depois do primeiro filme da saga, Harrison Ford volta a vestir a pele do arqueólogo e aventureiro. Indiana Jones e o Marcador do Destino recua ao ano de 1969 e à corrida espacial entre os EUA e a URSS.

Quando imaginamos um herói de ação pensamos num jovem musculado pronto para massacrar todos aqueles que se atreverem a atravessar-se no caminho do seu objetivo para salvar o mundo.

Certamente não imaginamos um senhor de 80 anos, mas é precisamente com essa idade que Harrison Ford irá voltar a reencarnar uma das suas mais icónicas personagens: Indiana Jones.

Em Indiana Jones e o Marcador do Destino, com estreia internacional agendada para o dia 29 de junho (em Portugal ainda não existe data confirmada), a personagem criada e desenvolvida por George Lucas e Steven Spielberg vai regressar ao grande ecrã, mas em condições bastante diferentes daquelas a que estávamos habituados.

Pela primeira vez, a criação deste filme não estará a cabo dos dois ilustres cineastas (nos quatro filmes anteriores deste universo, Spielberg estava encarregue do trabalho de realização, enquanto Lucas era responsável pelos argumentos), com o “testemunho” a ser passado ao realizador James Mangold, responsável por filmes como Walk the Line (2005) sobre a vida de Johnny Cash, Le Mans ‘66: O Duelo (2019) ou os filmes da personagem Wolverine, incluindo Logan, nomeado para um Óscar.

A época em que o filme se ambienta também é diferente da habitual: recua a 1969, durante a corrida espacial entre os Estados Unidos da América e União Soviética.

Tendo em conta este contexto, a premissa do filme é que o arqueólogo e aventureiro Indiana Jones está preocupado com o facto de o governo dos Estados Unidos contratar antigos nazis para conseguir superar os russos e chegar ao espaço mais rápido.

A completar esta aventura, o filme conta com um elenco que tem personagens clássicas, como Sallah, interpretado por John Rhys-Davies (também conhecido pelo papel de Gimli na saga O Senhor dos Anéis), que ajudou a descobrir a Arca Perdida e o Santo Graal, no filme Indiana Jones e a Grande Cruzada (1989).

Mas também existem novas caras, nomeadamente, a atriz e argumentista britânica Phoebe Waller-Bridge, mais conhecida como a criadora da sitcom Fleabag, que será a neta de Indiana Jones, o dinamarquês Mads Mikkelsen, um antigo Nazi que faz parte da missão Apollo, para ajudar a colocar os americanos na lua, mas também Antonio Banderas e Toby Jones, no papel de aliados do personagem principal.

Numa altura em que diversos franchises têm tentando “renovar” as suas personagens principais – por exemplo, na banda desenhada da Marvel, assistimos a uma mulher, Jane Foster, a assumir os poderes de Thor, ou a personagem Falcão, interpretada por Anthony Mackie, a “herdar” o escudo de Capitão América, ou Lashana Lynch a adotar o nome de código 007 em 007: Sem Tempo Para Morrer (2021) – um assunto que costuma inflamar as redes sociais, com diversos “puristas” a reclamarem para manter as personagens exatamente iguais ao original, o realizador já veio desmentir os rumores de que Waller-Bridge iria passar a “usar” o icónico chapéu do seu “avô fictício” e assumir a titularidade da saga.

“Mais uma vez. Ninguém está a ‘assumir’, a substituir ou a usar o chapéu do Indy, nem está a ser ‘apagado’”, declarou Mangold, referindo-se a rumores de que teria gravado diversos finais alternativos para o filme. “Isto foi algo que nunca aconteceu em nenhuma filmagem ou argumento – mas os trolls vão trollar – é assim que eles conseguem os seus cliques”, concluiu.

Depois da desilusão que foi Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), último filme desta personagem, que conseguiu a proeza de ganhar o Prémio Razzie, atribuído ao pior que Hollywood tem para oferecer, na categoria de Pior Prequela, Remake, ‘Rip-off’ ou Sequela, a equipa criativa destes icónica franchise pretende oferecer uma lufada de ar fresco e recuperar a magia que estes filmes costumavam ter.

“Temos uma história verdadeiramente humana para contar, assim como um filme que vai surpreender audiências”, disse Harrison Ford, numa convenção da Disney, em setembro, na apresentação daquela que será a última vez que interpretará este papel.

 

A nostalgia que vai invadir o cinema em 2023

Além da última aventura de Indiana Jones, 2023 vai ser um com marcado por muitos regressos ao grande ecrã.

Ignorando grande parte dos filmes de super-heróis da Marvel e da DC Comics, que vão marcar o ano com as suas incontáveis sequelas, prequelas e introdução de personagens de nicho, foquemo-nos em filmes que regressam ao grande ecrã passados inúmeros anos, como é o caso de Super Mario Bros. O Filme, uma nova versão ‘live-action’ da Pequena Sereia, protagonizada pela afro-americana Halle Bailey, ou Wonka, que irá contar a origem de Willie Wonka, dono da mais famosa fábrica de chocolate de toda a ficção.

Depois de 2022 ter sido marcado por diversos interessantes filmes de terror com visões atualizadas sobre clássicos como Predador, em Prey, ou um novo filme de Halloween, este ano teremos Gritos 6, Evil Dead Rise, uma nova longa-metragem baseada no Exorcista e o décimo filme da saga de terror Saw.

Entre outras sequelas inesperadas, este ano conta com Legalmente Loira 3, o último filme dos amados filmes sobre strippers masculinos, Magic Mike’s Last Dance, o terceiro filme de Creed, filho de Apollo Creed, inimigo de Rocky, o quarto filme de John Wick, o décimo filme da franchise Velocidade Furiosa, um novo filme de Transformers, Rise of the Beasts, da Missão Impossível, Dead Reckoning: Part One, uma prequela para Os Jogos da Fome, The Ballad of Songbirds and Snakes, e uma sequela para o icónico filme de animação stop-motion, a Fuga das Galinhas (2000), Dawn of the Nugget.