Numa altura em que a covid-19 se tem disseminado rapidamente na China, nomeadamente nas zonas mais pobres do país, as autoridades aconselharam que não as pessoas não viajassem para visitar os seus parentes idosos durante as festividades do Ano Novo Lunar.
«Existem diversas maneiras de mostrar que se preocupam com os seus familiares, não precisam necessariamente de levar o vírus para a casa deles», alertou o professor Guo Jianwen, membro da equipa de prevenção de pandemia do conselho estadual, citado pelo Guardian, reforçando a importância de não visitar familiares idosos que ainda não tivessem sido infetados.
Os peritos de saúde têm preocupações acrescidas com esta faixa etária, uma vez que apresentam baixas taxas de vacinação, assim como com a população em zonas urbanas, uma vez que existem menos recursos médicos para tratar os pacientes.
Este período festivo não está a decorrer como a maioria dos chineses previa. Com o levantamento da maioria das restrições e das medidas zero-covid, muitos esperavam ter a oportunidade de viajar livremente. No entanto, este mais recente pico de infeções está a causar preocupações no governo e na população.
Para tentar controlar os danos provocados por esta nova vaga, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que está a trabalhar em conjunto com a China para atenuar as suas consequências.
«Estamos a trabalhar com os nossos colegas da China», disse o diretor do departamento de coordenação de alerta e resposta da OMS, Abdi Rahman Mahamud, citado pela Reuters, acrescentando que o país tem uma série de estratégias para pessoas que viajam de áreas de alto risco para as de baixo risco, lamentando porém a falta de informação veiculada por Pequim.
«Existem algumas lacunas de informações muito importantes e estamos a trabalhar em conjunto com a China para as colmatar», disse a líder técnica, Maria Van Kerkhove.
Esta não é a primeira vez que a China é acusada de não estar a corroborar com as investigações sobre a covid-19 e de não partilhar informações corretas sobre o seu território, mas estes refutam, afirmando que tem sido transparentes.
A China tem sido criticada pela gestão da pandemia depois de ter abandonado abruptamente as políticas de zero-covid, em dezembro, com especialistas a afirmarem que estes não estavam preparados para o aumento de casos.
Hospitais e crematórios das grandes cidades ficaram rapidamente sobrecarregados, com relatos generalizados de escassez de pessoal e medicamentos. Apesar deste cenário, a China tem relatado poucas mortes, o que levou a suspeitas entre a comunidade internacional de falta de rigor dos dados.