A poluição do ar na Avenida da Liberdade em Lisboa continuou acima do limite legal em 2022, alertou, esta quinta-feira, a associação ambientalista Zero, que adianta que a concentração de dióxido de azoto naquela zona foi "superior em cerca de 12,5% do valor máximo".
"Os valores de dióxido de azoto (NO2) na Avenida da Liberdade apresentaram uma média anual de 45 µg/m3 (micrograma por metro cúbico), uma concentração superior em cerca de 12,5% ao valor máximo de 40 µg/m3 exigido na legislação nacional (Decreto-Lei nº 102/2010) e Diretiva Europeia da Qualidade do Ar, e com alguns dias (dois) a excederem uma concentração média de 200 µg/m3", denunciou a Zero, através de comunicado.
A associação fez ainda saber que vai solicitar a validação dos dados e posteriormente comunicar o incumprimento à Comissão Europeia. "Nos últimos anos, tem havido inúmeras situações de incumprimento de valores mínimos da qualidade do ar exigidos por lei em várias regiões do país", lamentou.
Sublinhe-se que o Tribunal Europeu de Justiça tem já uma queixa contra Portugal, "que poderá implicar o pagamento de uma multa substancial por parte do país", lembrou a Zero.
A poluição do ar em Portugal "é responsável pela morte prematura de cerca de seis mil pessoas todos os anos", sublinhou ainda a associação, acrescentando que a nível mundial, a poluição do ar é responsável por "cerca de uma em cada oito mortes".