Numa altura em que existem diversos a comunidade internacional manifesta suspeitas em relação ao rigor dos registos divulgados pela China sobre as infeções e mortes relacionadas com a covid-19, as autoridades anunciaram uma operação de censura na internet para excluir «sentimentos obscuros» provocados por «rumores» relacionados com a pandemia.
Esta revelação chega numa altura em que a China se prepara para por em prática as celebrações do Ano Novo Lunar e quando a empresa de base de dados de saúde Airfinity estima que mais de 600 mil pessoas tenham morrido desde que as restrições zero-covid foram suspensas em dezembro, um valor que é dez vezes superior ao declarado pelas autoridades chinesas.
Segundo o Guardian, o programa intitulado «melhoria online do Festival da Primavera» terá lugar durante um mês e tem como alvo aqueles que espalham o que as autoridades consideram ser «rumores» sobre a disseminação da covid e as experiências pessoais dos pacientes.
Uma das razões para esta medida restritiva é o facto das redes sociais na China, nos últimos dias, terem sido inundadas com histórias pessoais de cidadãos que contraíram covid.
Estes descrevem como tiveram de «lutar» para obter medicamentos ou cuidados de saúde e como os seus parentes idosos estão a ser vítimas mortais desta doença.
Estas descrições não são corroboradas pela narrativa oficial do governo que afirma que o surto de covid-19 está sob controle, o que gerou «níveis incomuns de críticas online contra o governo», escreve o jornal inglês.