Depois de os Estados Unidos e a Alemanha anunciarem um importante reforço para o arsenal de defesa ucraniano, enviando tanques de última geração para o terreno, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscovo olha para este apoio como «envolvimento direto no conflito».
«Tem havido declarações constantes das capitais europeias e de Washington de que o envio de vários sistemas de armas, incluindo tanques, para a Ucrânia não significa de forma alguma o envolvimento desses países ou da NATO nas hostilidades que estão a ocorrer na Ucrânia», disse o porta-voz do Kremlin. «Discordamos categoricamente. Em Moscovo, tudo o que a aliança e as capitais que mencionei estão a fazer é interpretado como envolvimento direto no conflito. Observamos que este envolvimento está a crescer», concluiu.
Os Estados Unidos e a Alemanha comprometeram-se a enviar tanques para a Ucrânia, uma decisão que poderá influenciar os restantes aliados ocidentais a tomar a mesma decisão.
O Presidente Joe Biden e o chanceler Olaf Scholz revelaram, esta quarta-feira, que Washington irá enviar 31 tanques Abrams, enquanto Berlim fornecerá 14 tanques Leopard, isto depois de, na semana passada, o Reino Unido ter prometido entregar 14 tanques Challenger 2.
O chanceler alemão ainda deu «luz verde», obrigatória por serem de produção alemã, a outros países para também enviarem este arsenal para a Ucrânia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos seus aliados 300 tanques para ajudar a repelir as forças invasoras da Rússia e já recebeu feedback positivo também de países como a Polónia, Finlândia, Noruega, Espanha e Países Baixos.
Já as notícias que davam conta de que Portugal iria enviar quatro tanques Leopard 2 para a Ucrânia não foram confirmadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. João Gomes Cravinho, revelou, esta quarta-feira, que ainda não há uma decisão definitiva.
Moscovo já tinha avisado que o envio de tanques para a Ucrânia é um «desperdício de dinheiro», acrescentando que «esses tanques ardem como os outros».