Uma criança de sete anos morreu, no início deste ano, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com uma doença invasiva provocada pela bactéria Streptococcus do grupo A, na sua forma grave.
A Direção Geral da Saúde (DGS) veio já confirmar o caso, inicialmente avançado pelo jornal Público, da morte da criança que deu entrada no hospital da CUF de Almada, no passado dia 29 de janeiro, com febre e dor de garganta e cujo agravamento do estado levou a que fosse posteriormente transferida para o Santa Maria.
De acordo com a DGS, em declarações ao Notícias ao Minuto, este foi "o único caso fatal reportado em 2023" relacionado com a Streptococcus do grupo A em Portugal, mantendo-se assim o risco baixo de propagação.
A autoridade de saúde explica que, "conforme tendências conhecidas, esta situação assemelha-se ao perfil conhecido pré-pandémico. Ou seja, os casos compilados de anos anteriores confirmam o perfil de óbitos para códigos possivelmente associados a infeção por estrepcocos no sistema SICO, geralmente registadas nesta altura do ano: 2016 (1), 2017 (1), 2018 (2), 2019 (2)".
A DGS adianta ainda que os "anos pandémicos" não servem de referência para doenças transmissíveis uma vez que as medidas adotadas devido à covid-19 reduziram a propagação de outras infeções.
"Os casos em Portugal não apresentam o perfil de aumento acentuado de número de casos de infeção por estreptococos do grupo A que foi reportado desde setembro de 2022 pelos países afetados do centro e norte da Europa", disse ainda a DGS.
Por isso, apesar de noutros países da Europa e de nos EUA se ter registado um aumento de casos e de mortos no final do ano passado devido ao ao Streptococcus do grupo A, em Portugal o nível de risco continua baixo.
A DGS sublinhou que, "até agora, não se têm evidenciado alterações do perfil conhecido da infeção e da incidência, mas mantêm-se as recomendações de deteção precoce da infeção e dos critérios de gravidade, amostragem para genotipagem e acompanhamento da situação a nível nacional e internacional, para perceber rapidamente se há alteração no número de casos reportados".
Até à primeira quinzena de janeiro, "os casos em Portugal não apresentam o perfil de aumento acentuado de número de casos de infeção por estreptococos do grupo A que foi reportado desde setembro de 2022 pelos países afetados do centro e norte da Europa".
Contudo, caso a situação se altere, a DGS compromete-se a "desenvolver as recomendações adequadas e ajustadas, com base na evidência científica, nas boas práticas e na comunicação direcionada para os diferentes grupos alvo".
Caso seja detetada atempadada, a infeção por Streptococcus do grupo A tem tratamento eficaz através de antibióticos, sendo que, os seus principais sintomas são febre, dor, erupções na pele e dores musculares, havendo também quem desenvolva escarlatina, ou seja, manchas vermelhas na pele.