Criar uma empresa é um processo difícil em qualquer país. Acresce que, em Portugal, existem alguns obstáculos adicionais, nada fáceis de ultrapassar. Apesar do país oferecer alguns incentivos para a criação e desenvolvimento de empresas, os iniciantes enfrentam muitas dificuldades.
Em primeiro lugar, os recursos financeiros costumam ser um grande problema, se não mesmo o principal, para quem pretende abrir um negócio. A maioria não tem acesso a fundos suficientes para iniciar o seu negócio, o que significa que têm que recorrer a empréstimos bancários ou investidores. Em segundo lugar, a carga fiscal em Portugal é consideravelmente alta e instável, o que torna a criação de uma empresa um processo caro, repleto de cláusulas “surpresa”, que podem bem tirar-lhe o controlo do negócio, por instantes.
Outra grande barreira à criação de empresas em Portugal é a complexidade da burocracia obrigatória. Os proprietários de pequenas empresas têm que cumprir com muitos requisitos legais, o que torna difícil para alguém iniciar, principalmente quando competem contra indivíduos experientes, com liquidez e uma rede de clientes. É necessário um grande investimento em tempo e energia para executar o negócio, gerir uma equipa, cumprir com os requisitos burocráticos e ainda definir a estratégias para o futuro.
Para além disso, qualquer aventura empresarial requer uma comunicação eficaz, que se mostra frequentemente uma tarefa difícil para os empreendedores. Para ter sucesso, é necessário promover o negócio e atrair clientes-alvo. Prova disso é que mais de metade das empresas novas não sobrevive para além dos primeiros 5 anos de atividade.
No caso de o leitor estar a ponderar este arriscado caminho, acredito ser importante ter em consideração alguns dos anteriormente referidos fatores, para garantir que as estatísticas jogam a seu favor. Em primeiro lugar, é importante ter acesso a fundos suficientes para financiar e colocar o seu negócio a gerar rendimento de forma sustentável.
Em segundo lugar, recomendo vivamente fazer-se acompanhar de alguém com conhecimento de causa relativo aos requisitos legais inerentes. Por último, é crítico deter uma estratégia diferenciadora. Sem possuir uma vantagem, dificilmente sobreviverá para contar a sua história de sucesso. Seja por conseguir um produto ou serviço mais barato ao cliente, seja por ter um produto único necessário, seja por uma rede de distribuição e comunicação diferenciada que alcança um público diferente, tem de colocar-se no pódio da sua atividade.
Agora que está ocorrente dos riscos, resta-me relembrar que empreender é nobre, desafiante, e potencialmente muito compensatório, seja ao nível do retorno monetário, seja a nível de conhecimento e experiência, para não falar na melhoria de oferta ao cliente. Desde que esteja consciente dos riscos envolvidos, e garanta que possui os fatores críticos necessários, pode estar perante a oportunidade para se superar a si próprio.
Criar uma empresa em Portugal é uma decisão complicada e deve ser tomada com cuidado. Caso tenha sido a sua decisão, muitos parabéns, saiu da zona de conforto e prepara-se para um salto no seu desenvolvimento, a muitos níveis.