"Isto foi mais rápido do que pensávamos. Nunca imaginámos que alcançaríamos o valor tão rapidamente. Já fizemos a transferência, enviámos o comprovativo e, agora, estamos à espera de que o hospital aponte a data da cirurgia", começa por dizer André, pai do menino de quatro anos que tem comovido os portugueses por sofrer da Anomalia de Ebstein e necessitar de ser submetido a uma cirurgia inovadora, nos EUA – no Hospital Infantil de Pittsburgh, na Pennsylvania -, que custa o equivalente a 162 mil euros.
"Conseguimos o apoio da Ebstein Traveling Hearts, que nos informou de que nos ajudaria com 5 mil dólares. Na altura, quando estive no programa da SIC, disse que seria para as viagens, mas pode ser para as outras despesas. Até pode ser menos, pode restar dinheiro. Estou em contacto com outras instituições para ver se nos ajudam. Tenho esperança de que realmente nos possam auxiliar porque quanto menos dinheiro gastarmos será melhor", explica. "Estamos a usar dinheiro que não é nosso e se restar algum vamos ajudar outras crianças", promete, indicando que gostaria de dar a mão a uma família portuguesa e a outra eslovaca (por residir na Eslováquia).
"Quando chegámos à meta, para além de uma grande alegria, foi um alívio enorme. As últimas três semanas foram incríveis. Não foi há muito tempo que fizemos uma publicação a avisar que tínhamos 80 mil euros. O concerto foi no final de janeiro. Em 16 dias conseguimos mais de 60 mil euros", afirma, lembrando o concerto solidário – no Auditório do Ramo Grande – que se realizou nos Açores. "Em janeiro tínhamos 50 mil, passámos para 80 mil, a subida foi, efetivamente, espectacular. Houve lágrimas de felicidade pelo meio, mas também de descontração. A primeira parte está feita!", exclama. "Estávamos dependentes da solidariedade dos portugueses e ninguém nos desiludiu: aliás, surpreenderam-nos diariamente", admite.
"Ao início, havia desconfiança por vivermos noutro país, mas falei com a SIC, convosco, e as pessoas começaram a compreender que a nossa história estava bem contada. O Tiago está estável. Continua igual. A grande diferença foi ter saído da escola: perde o contacto com as crianças e fica frustrado. Excetuando isso, está normal, faz a sua vida. Não piorou, felizmente. Nota-se cansaço quando faz algum tipo de esforço, mas nada alarmante", conta o pai. "E teremos consulta com o cardiologista em breve. A doença dele… quem olha para ele não se apercebe. É rara, é grave, e as pessoas acham que está de cama, que não se mexe, que está ligado a máquinas, mas não acontece nada disso", esclarece. "Falamos com o Tiago e tentamos explicar que vamos conseguir que ele fique bem, enquanto o irmão mais velho já percebe melhor aquilo que se passa. Queremos deixá-lo com a avó, achamos que não vale a pena levá-lo para os EUA. Não sabe é a gravidade do problema, dizemos que o doutor vai arranjar o coração do irmão".
"Tenho recebido muitas mensagens nas redes sociais. Só posso dizer: obrigado. Faltam-me as palavras. As pessoas dizem que não tenho de agradecer, que tudo é dado de coração. Se eu pegasse num euro por cada vez que agradeço, já pagaria umas 10 cirurgias! Somos um país pequenino em tamanho, população, a nível financeiro, mas de resto… somos enormes! Culturalmente, as nossas gentes… somos fantásticos!", constata, visivelmente emocionado. "Obrigado pelo incentivo, pelas palavras, pelo apoio financeiro, por tudo! Nunca pensámos que tudo atingiria esta dimensão. Os nossos emigrantes também nos têm ajudado constantemente. Com dinheiro e eventos. Não somos a primeira nem a última família a precisar de ajuda e quero dizer que quando nos unimos… tudo é possível!", recorda.
"Cada vez que se aperceberem de uma situação como esta ajudem! Nem que seja com 50 cêntimos! Toda a ajuda é bem-vinda, deixo esse apelo. Neste momento, temos o dinheiro para a cirurgia, mas temos receio de que seja necessário mais. Se alguém nos quiser ajudar, esteja à vontade. Até porque tudo o que restar será doado a outras crianças. Com a mesma doença – é rara – ou não", frisa André, concluindo que "o Tiago já é um bocadinho de todos aqueles que o ajudaram", pois nas publicações as pessoas comentam "o nosso Tiago". "Tal como ele é de todos, também temos o dever de ajudar as outras crianças. Jamais nos esqueceremos daquilo que fizeram por ele. Daqui a cinco, seis anos, quando o Tiago for crescido, faremos questão de lhe explicar que toda a gente se uniu para que ele pudesse viver", sublinha. "Há coisa mais bonita do que esta?", questiona.
"Por um bem maior conseguimos! Conseguimos aquilo que saberia que iríamos conseguir: levar o Tiago até onde precisa de ir, para se salvar o seu coração!", observa a ativista dos direitos humanos Francisca de Magalhães Barros. "A Tânia Ribas de Oliveira enviou-me mensagem e nem hesitei em falar com o pai André! Agora é metermos a mão no coração! Como metemos sempre: e olharmos pelo Tiago!", conclui a também cronista e pintora.
Se quiser e puder ajudar o Tiago, pode fazê-lo através dos seguintes meios:
– Donativos através do GoFundMe: https://www.gofundme.com/f/hope-for-tiagos-special-heart
– Instagram: @salvarocoracaodotiago
– IBAN: PT50 0036 0235 9910 6049 366 16
– MB WAY: 967789074 / 919012289