Série sobre agente secreto russo que morreu envenenado estreia esta quarta-feira

Litvinenko morreu em 2006, depois de, anos antes, descobrir ligações entre as autoridades governamentais russas, os serviços secretos e vários grupos de crime organizado

Estreia esta quarta-feira na plataforma Disney+ a minissérie de quatro episódios "Litvinenko". 

A série conta a história real do agente dos serviços secretos russos Alexander Litvinenko, que morreu envenenado, em novembro de 2006. 

O agente secreto descrobriu que havia ligações entre as autoridades governamentais russas, os serviços secretos e vários grupos de crime organizado e tentou denunciar os casos, em conjunto com outros colegas. Contudo, estes tornaram-se vozes incómodas para o sistma. 

Litvinenko terá inclusive abordado o tema com Vladimir Putin, que não lhe deu importância. 

Em 2000, este grupo de agentes deu uma conferência de imprensa a relatar os casos que tinha descoberto e todos eles foram imediatamente demitidos e ficaram com ordens para não sair de Moscovo. 

Apesar disso, Litvinenko conseguiu escapar para a Turquia e, a partir daí, escapar para Londres, onde recebeu asilo. 

Já no Reino Unido começou a escrever abertamente sobre o regime de Putin, tornando-se numa das principais vozes da oposição do sistema político russo, tendo sido condenado, no seu país de origem por crimes de corrupção, embora não estivesse lá. 

Em 2006 foi-lhe concedida nacionalidade britânica, depois de trabalhar com agências governamentais como o MI6 e nesse mesmo ano a polícia foi chamada ao hospital para questionar um paciente que tinha dado entrada como Edwin Redwald Carter. Era Alexander Litvinenko.

Este alegou ter sido envenenado com polónio-210, uma substância rara altamente letal que o estava a matar lentamente, acreditando que tinha sido o próprio Putin a ordenar a sua morte, uma vez que no dia em que ficou doente tinha-se encontrado os ex-agentes secretos Dmitry Kovtun e Andrey Lugovoy. 

No ano passado, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos chegou à conclusão de que o homicídio de Alexander Litvinenko, que ficou vivo durante apenas 23 dias depois de ter sido envenenado, tinha sido cometido pelo regime russo.