por Telmo Marques
Esta semana, não vos trago nenhum álbum em específico, mas apenas uma pequena dissertação do que se passa actualmente em torno de Roger Waters, um dos fundadores dos Pink Floyd, que recentemente viu um dos seus concertos na Alemanha ser cancelado, por motivos de antissemitismo, a par dos cancelados anteriormente na Polónia, pelo mesmo motivo.
Tenho 45 anos e a música de Roger Waters faz parte da minha vida há pelo menos 35, Recordo-me de passar as letras dos vinis que ia comprando para papel, e assim, conhecer as letras de cor, sabendo igualmente o que queriam as mesmas dizer, com a ajuda de um pequeno dicionário que havia lá por casa.
Nunca, e repito nunca, me passou sequer pela cabeça vir alguma vez criticar este gigante da música popular anglo saxônica, até ao preciso momento deste extremar de posições face aos recentes acontecimentos, sentindo-me na absoluta obrigação de o fazer.
Não sei se é antissemita ou não, apenas sei que está do lado errado da PAZ. Após o reiterado apoio a Maduro da Venezuela, em detrimento de Juan Gaidó, acusando-o de ser um mero fantoche dos EUA, a Xi Jinping em relação a Taiwan, vem agora, de uma forma mais velada, mas de sobremaneira perceptível, defender a posição de Putin, em relação à Invasão da Ucrânia, reiterando de Zelensky o que disse sobre Gaidó, como se tivesse sido a Ucrânia a invadir a Rússia e não o contrário.
Imbuído de um totalitarismo que aparentemente tanto abomina, vem igualmente criticar os seus ex-colegas de banda, por terem participado numa canção de apoio à Ucrânia, acusando-os de para tal, se servirem da chancela Pink Floyd.
Ora, há aproximadamente 35, aquando da sua saída da banda, e após uma longa e morosa batalha judicial, Waters perdeu quaisquer direitos que pudesse acalentar referentes à banda, ficando os mesmo a cargo dos três elementos reminiscentes (Gilmour, Mason e Wright, entretanto falecido em 2008).
Se me perguntarem se gosto do respectivo tema, julgo que a minha resposta é óbvia, se bem que irrelevante, pois não é disso que se trata, mas sim, o de demonstrar a esse ditadorzito de meia tigela, que os ucranianos não estão sozinhos, e que poderão contar com o ocidente, seja com sanções, material bélico, etc… .
Para apagar fogo com gasolina, veio na pretérita semana, não sei bem a propósito do quê, a Sra. Gilmour, acusar Waters de ser antissemita, fazer playback e de viver nos EUA para fugir aos impostos na Grã Bretanha, tweet esse confirmado por Dave Gilmour, o que terá irado ainda mais Waters.
Das três acusações, só uma sei que é verdadeira. Já vi Waters fazer playback. Para tal, basta uma curta pesquisa no You Tube.
Após todo o acima descrito, fica a expressão: " ha ha, charade you are"…!!!
p.s. Vi já Roger Waters ao vivo aproximadamente uma dezena de vezes, e não nego, gostaria de ir quem sabe, por uma última vez.
Contudo, a minha consciência dita mais alto, e optou por não ir.
Deixo desde já o agradecimento a todos os amigos\as que inclusive me ofereceram bilhete para ir ao concerto, mas terá de ficar para uma próxima vez, ou talvez não…!!!
Até para a próxima semana