Na sequência das proibições de que o TikTok tem sido alvo, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a medida apenas vem revelar as próprias inseguranças de Washington e que constitui um abuso do poder do Estado.
«Opomo-nos firmemente a estas ações erradas», afirmou Mao Ning, citada pela BBC. «O governo dos Estados Unidos deve respeitar os princípios da economia de mercado e da concorrência justa, parar de reprimir as empresas e proporcionar um ambiente aberto, justo e não discriminatório para as empresas estrangeiras nos Estados Unidos».
«Quão insegura de si mesma pode ser a maior superpotência do mundo, como os Estados Unidos, para temer a aplicação favorita dos jovens», acrescentou ainda a porta-voz.
O TikTok enfrentou alegações de que recolhe dados dos utilizadores da aplicação e os entrega ao governo chinês, o que gerou preocupações em agências de inteligência com a possibilidade de informações privadas estarem a ser expostas quando esta ferramenta é descarregada.
Contudo, os responsáveis do TikTok argumentam que não operam de maneira diferente de outras empresas de redes sociais e dizem que nunca cumpririam uma ordem de transferência de dados. Segundo um porta-voz do TikTok, estas proibições foram adotadas «sem qualquer deliberação» e equivalem a «pouco mais do que teatro político».
Washington e Pequim vivem momentos de grande tensão no domínio comercial, em negócios que envolvem chips de computador e outras tecnologias, de segurança nacional e diplomático, com a questão da soberania de Taiwan. No início de fevereiro, foi descoberto e abatido um suposto balão espião chinês que pairava sobre território norte-americano.
Reforçar a proteção dos utilizadores europeus
Devido às preocupações em garantir a governos e reguladores que os dados pessoais dos utilizadores do TikTok não estão a ser utilizados e manipulados pelo Partido Comunista da China, a empresa está a planear abrir mais dois centros de dados na Europa, uma medida que tem como objetivo atenuar as preocupações com a segurança dos dados e aliviar a pressão regulatória.
«Estamos numa fase avançada para concluir um plano para construir um segundo data center na Irlanda com um prestador de serviços terceirizado, além do site anunciado no ano passado», afirmou o diretor-geral das operações do TikTok na Europa, Rich Waterhouse.
«Também estamos a conversar para criar um terceiro centro de dados na Europa para complementar ainda mais as nossas operações planeadas na Irlanda. Os dados dos utilizadores europeus do TikTok começarão a migrar este ano e vão continuar em 2024», disse Waterworth.
Entre as novas medidas para proteger os dados dos utilizadores desta rede social, está ainda a inclusão de «gateways de segurança» que irão fornecer uma camada extra de controlos, que irá determinar se os funcionários da empresa podem ter acesso a dados de utilizadores europeus e se os dados podem ser transferidos para fora da Europa.
Uma empresa de segurança europeia será nomeada para auditar o processo, disse o vice-presidente de relações governamentais europeias e políticas públicas, Theo Bertram, citado pelo El País.
Alem disto, para melhorar a privacidade do TikTok, a empresa trabalhará com terceiros, que não identificou, para usar uma tecnologia que dificulte a identificação de pessoas a partir de dados pessoais.