por Maria Helena Costa
Depois da Finlândia, Suécia[1] e Reino Unido, a Noruega, um dos países que há mais tempo adoptou o conceito ideológico do género [sexo] expresso nos Princípios de YOGYAKARTA, que define a “identidade de género” como «a profundamente sentida experiência interna e individual do género de cada pessoa, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído no nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo (que pode envolver, por livre escolha, modificação da aparência ou função corporal por meios médicos, cirúrgicos ou outros) e outras expressões de género, inclusive vestuário, modo de falar e maneirismos», denuncia o uso de bloqueadores da puberdade,[2] hormonas sexuais cruzadas,[3] e cirurgias de "alterações sexuais"[4] [5] para menores confusos quanto ao seu sexo (género, é apenas a palavrinha engôdo para confundir os desinformados).
Assim, o Observatório Médico Norueguês Incentiva o País a Abandonar as Directrizes de Cuidados de 'Afirmação de Género',[6] pois, de acordo com a investigação realizada, o chamado "modelo afirmativo de cuidados" para menores que se auto-determinam do outro sexo não reúne provas científicas que o apoiem e, portanto, urge acabar com o uso de bloqueadores da puberdade, hormonas do outro sexo e cirurgias de "mudança de sexo" em menores.
De acordo com o LifeSiteNews,[7] a NHIB (Norwegian Healthcare Investigation Board) recomendou que estes "tratamentos" fossem classificados como experimentais e realçou que o aumento de crianças que se identificam como transgénero é preocupante. Assim, a NHIB é o mais recente organismo europeu a anunciar que:
A base de conhecimento, especialmente o conhecimento baseado na investigação, para o tratamento de confirmação do sexo (hormonal e cirúrgico) é insuficiente. Pouco se sabe sobre os efeitos a longo prazo. […] as normas actuais põem em perigo as crianças, que não podem consentir os impactos irreversíveis destes tratamentos.
Relatos dos media[8] indicam que as novas recomendações são uma resposta às queixas de muitas famílias, que se queixam de «insegurança, de serem impedidas de aconselhar os filhos a aceitar o seu sexo biológico, e da falta de acompahamento para os pacientes menores de idade».
Actualmente, nos Estados Unidos, as leis vigentes em alguns Estados – que restringem o uso do "modelo afirmativo" – estão a ser contestadas e condenadas por activistas trans, legisladores e políticos de esquerda, que acusam os políticos e os legisladores que aprovaram essas leis de serem de extrema-direita e de estarem a desferir um violento ataque “transfóbico” contra a "juventude transgénero". Mas, o que países como a Suécia, Finlândia, Reino Unido e Noruega indicam, é que países como o Canadá, EUA, Espanha e Portugal, embora apregoem estar na vanguarda da modernidade e da ciência, estão cada vez mais desfasados das conclusões científicas mais recentes.
Antes de a Noruega decidir deixar de usar as crianças como cobaias, em Julho de 2022, no Reino Unido, a Clínica de género Tavistock foi encerrada depois de uma investigação do NHS [Serviço Nacional de Saúde] ter concluído que o padrão de cuidados prestado pela clínica punha as crianças em perigo. Foram ainda divulgadas recomendações nas quais o NHS se opunha aos tratamentos de “mudança de sexo” na infância e fortes advertências contra a "transição social" tão confusa e susceptível de impedir a desistência natural com o passar do tempo.
Antes, em Setembro de 2021, em França, mais de 50 profissionais médicos, académicos proeminentes, juristas, médicos, filósofos, psiquiatras, juízes, e psicólogos publicaram uma carta aberta e mordaz[9] na qual condenavam veementemente os efeitos da ideologia do género e da "transição de género" nas crianças. Publicada através do Observatório de Discursos Ideológicos sobre Crianças e Adolescentes, a carta, que expunha as suas preocupações, foi totalmente ignorada pela imprensa internacional. Os jornais portugueses e os diversos órgãos de comunicação social não têm qualquer interesse em denunciar a ideologia de género e o activismo trans. São os maiores culpados da ignorância dos cidadãos e do abuso a que tantas crianças são expostas.
Também em 20121, no mês de Maio, a Society for Evidence Based Gender Medicine (SEGM) informou que o Hospital Karolinksa, em Estocolmo, um dos mais prestigiados hospitais universitários do mundo, mudara sua abordagem à disforia de género, emitindo uma declaração política sobre o tratamento de menores na qual rejeitava definitivamente o "modelo afirmativo" e acabava com a prática de prescrever bloqueadores da puberdade e hormonas do outro sexo a menores de idade.
Joe Biden e Justin Trudeau chamam extremistas e transfóbicos àqueles que se opõem a estas coisas, mas nunca mencionam que os médicos suecos concordam com os “extremistas transfóbicos”.
Para os políticos e activistas do abecedário colorido, os finlandeses[10] também devem ser rotulados como radicais transfóbicos de direita, pois as directrizes médicas finlandesas distinguem entre disforia de género infantil precoce e género adolescente, reconhecendo que alguma confusão ou exploração do género pode ser uma parte natural do crescimento e proibindo quase totalmente a intervenção médica até que «o desenvolvimento da identidade e da personalidade estabilize». Entretanto, a psicoterapia é recomendada para aqueles que se auto-determinam trans, e as intervenções cirúrgicas são proibidas em menores de 18 anos. O bloqueio da puberdade também é considerado explicitamente experimental e, se utilizado em circunstâncias graves, os pacientes são enviados para uma clínica de investigação e os profissionais de saúde têm de assegurar que são «capazes de compreender o significado dos tratamentos irreversíveis e os benefícios e desvantagens associados à terapia hormonal ao longo da vida, e que não existem contra-indicações».
O Reino Unido. A França. A Suécia. A Finlândia. E agora a Noruega. Todos decidiram proteger as suas crianças.
Entretanto, qualquer discussão sobre os danos que estão a ser infligidos aos mais novos neste cantinho à beira-mar plantado, é condenada por aqueles que se auto-determinam tolerantes, modernos e progressistas. Infelizmente, se os políticos de esquerda e a militância lgbtetc. continuarem a submeter as crianças portuguesas à ideologia do género, estas serão presas fáceis de adultos perversos e sofrerão danos irreversíveis.
[1] https://sol.sapo.pt/artigo/790269/suecia-abandona-tratamentos-baseados-em-ideologia-de-genero-falta-evid-ncia-cientifica-confiavelk
[2] https://sol.sapo.pt/artigo/791538/os-danos-irreversiveis-da-ideologia-trans-1-
[3] https://sol.sapo.pt/artigo/792571/os-danos-irreversiveis-da-ideologia-trans-2-
[4] https://sol.sapo.pt/artigo/793676/os-danos-irreversiveis-da-ideologia-trans-3-
[5] https://sol.sapo.pt/artigo/794638/os-danos-irreversiveis-da-ideologia-trans-4-
[6] https://news.yahoo.com/norwegian-medical-watchdog-encourages-country-210209339.html
[7] https://www.lifesitenews.com/blogs/another-european-country-just-dealt-a-devastating-blow-to-the-transgender-movement/
[8] https://www.bizpacreview.com/2023/03/10/yet-another-country-begins-to-move-away-from-child-sex-changes-1339527/
[9] https://thebridgehead.ca/2021/09/27/manipulating-humanity-french-medical-professionals-academics-denounce-transgenderism/
[10] https://www.lifesitenews.com/blogs/finland-transgender-puberty-blocker-guidelines/