Ases do ténis mundial na terra batida do Estoril

O Estoril Open recebe alguns dos melhores tenistas do mundo em terra batida. Casper Ruud, 4.º no ranking mundial, e os vencedores das últimas edições marcam presença nos ‘courts’ do Clube de Ténis do Estoril.

Desde 1990 que este torneio se tornou ponto de passagem obrigatória para os especialistas em terra batida. A prova foi subindo de cotação no circuito internacional e contou com a presença de alguns dos melhores jogadores do mundo. Roger Federer, considerado por muitos o melhor tenista de todos os tempos, Novak Djokovic, Stefanos Tsitsipas, Stanislas Wawrinka, Juan Martín del Potro e Sergi Bruguera, entre outros, venceram este torneio. Portugal também já ganhou com João Sousa (2018) e a dupla Nuno Borges e Francisco Cabral (2022) na categoria de pares. 

O espanhol Carlos Alcaraz, atual número 1 do ATP, esteve presente em 2021, mas perdeu na primeira ronda. 
Ivan Lendl foi uma das estrelas presentes no Portugal Open (antiga designação do torneio), mas sem grandes resultados. O tenista checo, naturalizado norte-americano, foi eliminado nos quartos de final na edição de 1992. Na variante de pares fez equipa com Nuno Marques, mas foram eliminados na primeira ronda. Voltou no ano seguinte e a história repetiu-se. Perdeu nos quartos de final e jogou com Bernardo Mota em pares, mas foram eliminados no primeiro jogo. 

O Estoril Open 2023 integra o calendário da Association of Tennis Professionals (ATP) e realiza-se entre 1 e 9 de abril. A prova insere-se na categoria World Tour 250 e tem um Prize Money de 481.270 euros, o vencedor do torneio recebe 41.145 euros e o vencedor em pares tem um prémio de 15.360 euros. 

A reformulação do calendário permitiu à prova portuguesa abrir a época de terra batida, uma superfície lenta, sensível a efeitos e onde o ressalto da bola é importante. É também uma superfície escorregadia, por isso os jogadores correm menos e desenvolveram a técnica de deslizar. Este piso é uma ajuda para os árbitros porque as bolas deixam marcas no piso e isso evita erros de julgamento. A terra batida favorece os jogadores que dão o efeito ‘topspin’, pois as bolas ficam mais vivas depois de tocar o solo e difíceis de controlar pelo adversário. A terra batida favorece também os jogadores em melhor condição física pois, segundo as estatísticas, é a superfície onde o tempo de jogo é mais longo. Ao invés, penaliza os jogadores ofensivos, que sobem regularmente à rede, e os que fazem serviços potentes, devido à lentidão da superfície.

Grande Potencial
O quadro principal de singulares conta com 28 jogadores e o quadro de pares com 16 equipas. A exemplo de anteriores edições, a lista de participantes garante uma interessante combinação de estilos e gerações. O nome mais sonante é o do norueguês Casper Ruud, número quatro mundial, que já venceu oito torneios em terra batida. «Estou ansioso por jogar pela primeira vez no Estoril Open. Têm-me dito coisas fantásticas sobre a prova, sobre a organização e os fãs portugueses. Como é o primeiro evento da temporada europeia em terra batida, estarei preparado para fazer um bom resultado e jogar o meu melhor ténis», afirmou. O jovem tenista de 24 anos ultrapassou o pai Christian Ruud e tornou-se o melhor tenista norueguês de todos os tempos e um ídolo no seu país. É profissional desde os 16 anos e já conquistou nove títulos ATP. Em setembro do ano passado, esteve a uma vitória de atingir o primeiro lugar do ranking mundial. 
Destaque ainda para a presença de outros nomes do ténis internacional, caso de Alejandro Fokina (25.º), Sebastian Korda (26.º), Bautista Agut (28.º) e Miomir Kecmanovic (35.º). Em prova vão estar três vencedores do Estoril Open: Sebastian Baez (33.º), Albert Ramos-Viñolas (51.º) e João Sousa (156.º), que recebeu um Wild Card. O jovem argentino Sebastian Baez chegou de forma discreta ao Clube de Ténis do Estoril em 2022. Depressa mostrou qualidades que fazem dele um dos jovens mais promissores da atualidade e venceu o primeiro torneio ATP, com apenas 21 anos. Volta ao Estoril determinado a renovar o título.

O americano Sebastian Korda é apontado como um futuro top 10 mundial. John McEnroe não teve dúvida em afirmar que, se tivesse de escolher um americano para ganhar uma prova do Grand Slam, seria Korda, pois considera que é o tenista com maior potencial neste momento. O jovem de 22 anos vem de uma família de grandes desportistas. O pai, Petr Korda, chegou a número dois do mundo após ganhar o Open da Austrália em 1998 e foi vice-campeão de Roland Garros em 1992, a mãe Regina Rajchrtova foi 26.ª na hierarquia do WTA, e as irmãs estão entre as melhores golfistas mundiais. Bautista Agut faz a sua estreia no Estoril Open «estou bastante entusiasmado por participar. Sei que é um sítio muito bonito e um clube com ótimas instalações», referiu o espanhol, que é um dos favoritos a vencer a prova.

Os fãs portugueses podem ver novamente em ação João Sousa, vencedor do Estoril Open em 2018. A atravessar uma fase menos boa da carreira, o tenista vai disputar o torneio pela oitava vez com a intenção de chegar longe na prova, e disse em jeito de brincadeira que «o Casper já tem adversário». 

Nuno Borges é, neste momento, o melhor tenista português, e vem motivado com a vitória no Challenger de Phoenix (EUA) – é o maior título da sua ainda curta carreira. Tem um percurso muito interessante. Aos 18 anos foi estudar para os Estados Unidos, onde tirou o curso de cinesiologia na Universidade do Mississipi. A ligação ao ténis começou nos campeonatos universitários, onde chegou a número um dos rankings de singulares e pares. Entrou no circuito profissional em 2019 e ocupa, neste momento, o 68.º lugar. O tenista vai também participar na variante de pares fazendo equipa com Francisco Cabral com o objetivo de repetir o êxito de 2022, quando foram a primeira equipa portuguesa a vencer o Estoril Open.