por João Maurício Brás
O principal problema europeu de médio prazo não é a guerra na Ucrânia, nem o aumento de preços, nem a deslocalização das grandes empresas em busca de paraísos de salários baixos e não respeito por regras laborais e ambientais. O grande problema é a imigração massiva e já sem qualquer controlo.
Este problema está repleto de falácias e verdades proibidas e é um dos grandes falhanços do liberalismo económico e das pseudodemocracias liberais. Os burocratas europeus e os políticos, nas suas torres de marfim deixaram de viver na realidade e falham nas suas políticas sobre imigração, que não integram nem assimilam e apenas despejam dinheiro sobre os problemas. Não se integra de modo de decente, não se exige a adaptação à cultura de acolhimento, não se tem noção de quantas pessoas podemos acolher com dignidade. Na última avalanche, a União Europeia pagou biliões à Turquia para conter nas suas fronteiras uma vaga de milhões de seres humanos.
No caso português há a agravante de termos um Estado laxista em tudo e que julgava ser este um problema só dos outros. A imigração está a mudar de novo, esta vaga é imparável e muito diferente de outras. Esta imigração nada tem a ver com os imigrantes da antigas colónias, mesmo a comunidade muçulmana que chegou de Moçambique, nem com brasileiros ou gente de leste, ou a ida de portugueses para França, Suíça, Venezuela, EUA, etc.. Estamos perante algo substancialmente diferente, estas vagas não querem pertencer, mas reconstruir a sua cultura no seio de outras e perceberam a fragilidade europeia, basta alegar xenofobia e racismo e tudo lhe é devido e nada é exigido. A invasão da Europa é de tal ordem que até em países onde não pretendiam ficar, como era o caso de Portugal, começam a permanecer dezenas e serão centenas de milhares e mais que apenas reproduzirão a sua cultura. Estas pessoas podem ser úteis para as nossas pseudodemocracias, são sémen, úteros e mão-de-obra barata e não qualificada, mas o preço será demasiado elevado.
Percorrendo a costa portuguesa, do Samouco a Faro, e mesmo em cidades como Lisboa ou Braga assistimos já ao emergir de autênticas favelas com milhares de imigrantes ilegais. Por cá vão abrindo negócios por todo o lado, de lojas aos transportes, muitas vezes, ilegais, sem cumprir horários, regras laborais mínimas, fiscalidade, etc…
Por toda a Europa já existem zonas praticamente independentes com regras e língua próprias que nada têm a ver com o país de acolhimento. Dizia-me recentemente um imigrante: «Vocês vão perder, não acreditam em nada, querem é mudar de sexo e ser LGBT e falarem do clima, não queremos a vossa cultura, nós temos um Deus, temos valores fortes, temos taxas de natalidade cinco vezes superiores às vossas. Só queremos as vossas infraestruturas e o bem-estar material. Vocês são dólares e euros». E ele tem razão.
Os principais culpados desta tragédia civilizacional são os políticos do sistema. Estas pessoas preferiam viver nas suas terras e nas suas casas. Os políticos em vez de negociarem com os tiranos e as cleptocracias asiáticas e africanas deviam exigir democraticidade e desenvolvimento nesses países. Um outro aspeto letal é o processo progressista de desidentificação. Já não há identidade nem valores ocidentais, o nosso suicídio está em marcha. Veja-se o caso grotesco da obtenção da nacionalidade, reduzido a um processo meramente administrativo.