Portugal continua a ser considerado um dos países mais seguros do mundo. Contudo, isso não significa que a criminalidade não esteja a aumentar.
No dia 27 de Março foi anunciado – depois do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022 ter sido analisado no Conselho Superior de Segurança Interna –, que a criminalidade geral aumentou 14,1% com o registo de mais 42.451 participações relativamente a 2021, enquanto em comparação com 2019 verificou-se uma subida de 2,5%. A criminalidade violenta e grave subiu 14,4% no ano passado em relação a 2021. Já em comparação com 2019, verifica-se uma tendência descendente dos crimes graves e violentos.
Depois da reunião, o secretário-geral do SSI, Paulo Vizeu Pinheiro, explicou que, para avaliar a criminalidade registada pelas forças e serviços de segurança em 2022, é «necessário existir uma comparação com 2019», uma vez que 2020 e 2021 foram influenciados por medidas restritivas devido à pandemia da covid-19. O RASI de 2022, que vai ser entregue na sexta-feira na Assembleia da República, «mantém a estrutura de comparação anual».
Relativamente à criminalidade violenta e grave, segundo o relatório, verificou-se no ano passado um aumento de 14,4% face a 2021, mas em relação 2019 registou-se uma descida de 7,8%. «Em termos comparativos de pós e pré-pandemia, a tendência relativa a crimes graves e violentos prossegue ainda numa curva descendente», disse Paulo Vizeu Pinheiro, considerando que «importa manter os níveis de vigilância e evitar complacências».
O relatório mostra que, entre os crimes que mais subiram em 2022, constam o roubo na via pública e roubo por esticão, que representam 53% da criminalidade violenta e grave.
O crime de violência doméstica continua a receber especial atenção pelas Forças de Segurança, já que apresenta uma subida de 15%, em relação a valores anteriores (+3.968 casos do que em 2021). A criminalidade grupal teve uma subida de 18% (+898 participações), e a delinquência juvenil aumentou 50,6% em relação a 2021, com mais 567 participações.
Já quanto ao crime de homicídio voluntário doloso o relatório revela ter havido uma maior expressão de homicidas do sexo masculino, quando existe uma relação de vizinhança, ou quando há relação entre autor e vítima. O Relatório revela ainda que na criminalidade de natureza sexual, o maior número de inquéritos iniciados está associado ao crime de abuso sexual de crianças, à violação e à pornografia de menores. Sobre o fenómeno do Tráfico de Seres Humanos mantém-se a prevalência de vítimas para fins de exploração laboral.