Numa altura em que ainda muita gente está a descobrir e a testar o ChatGPT, a Itália tornou-se o primeiro país ocidental a bloquear este chatbot. As autoridades italianas alegam preocupações com a privacidade.
Na semana passada, o regulador italiano, Data Protection Watchdog, ordenou que a OpenAI parasse temporariamente de processar os dados dos utilizadores italianos enquanto estava a ser investigada sobre uma suspeita de violação dos regulamentos de privacidade da Europa.
O regulador detetou uma violação de dados no OpenAI, uma vez que é permitido aos usuários visualizarem os títulos das conversas que outros usuários estavam a ter com este chatbot.
«Parece não haver uma base legal que sustente a recolha massiva e o processamento de dados pessoais para ‘treinar’ os algoritmos nos quais a plataforma se baseia», disse o regulador italiano, em comunicado, na passada sexta-feira.
O regulador citou ainda preocupações com a falta de restrições de idade no ChatGPT, assim como o chatbot pode fornecer informações factualmente incorretas nas suas respostas.
Este sistema de inteligência artificial, que conta com apoio e investimento da Microsoft, pode agora enfrentar uma multa de 20 milhões de euros ou 4% de sua receita anual global caso não apresente soluções para estas violações nos próximos vinte dias.
Mas estas proibições podem não ficar por aqui.
«Em princípio, um procedimento semelhante também é possível na Alemanha», disse o Comissário Federal de Proteção de Dados da Alemanha, Ulrich Kelber, ao jornal alemão, Handelsblatt. Segundo a agência de notícias Reuters, também França e a Irlanda estão a ponderar tomar iniciativas semelhantes.
