The Who – Live at Leeds
1970
vocais – Roger Daltrey
guitarra e vocais – Pete Townshend
bateria – Keith Moon
guitarra baixo – John Entwistle
por Telmo Marques
Gravado ao vivo no refeitório da universidade de Leeds (sim, leram bem…), uma banda que tinha já tocado nos festivais de Monterey e Woodstock, decide gravar um álbum ao vivo em Leeds, no refeitório da mesma universidade.
À partida, teria tudo para correr mal, não fossem os The Who à altura dos factos, uma das melhores atracções ao vivo.
Sendo compostos por uma das melhores vozes de sempre do rock and roll, um guitarrista fenomenal como Pete Townshend, um maníaco desenfreado na bateria chamado Keith Moon, e talvez um dos melhores guitarras baixo de sempre John Entwistle, este álbum foi o primeiro gravado ao vivo pelos The Who, e o único compreendendo todos os quatro elementos originais da banda.
Foram editadas já imensas versões deste álbum, a primeira contendo apenas seis temas, lançada logo após a gravação do concerto.
A segunda, e aquela que possuo e que mais ouvi, data de 1995, e abre com uma versão brutal de "Heaven and Hell", escrita por Entwistle, que é para mim um dos "highlights" do álbum, com uma letra fabulosa e uns vocais não menos fabulosos, por parte de Roger Daltrey.
"On top of the sky
Is a place where you go
If you've done nothing wrong
If you've done nothing wrong
And down in the ground
Is a place where you go
If you've been a bad boy
If you've been a bad boy
Why can't we have eternal life
And never die?
Never die?
In the place up above
You grow feather wings
And you fly round and round
With a harp singing hymns
And down in the ground
You grow horns and a tail
And you carry a fork
And molder away
Why can't we have eternal life
And never die?
Never die?"
Todo o álbum é-nos apresentado aqui despido de quaisquer artifícios sonoros, revelando-se de uma crueza invulgar à altura. Talvez unicamente os Cream ou os Stones tenham tido álbuns ao vivo desta estirpe, ocorrendo-me desde já títulos como os "Live Cream" dos próprios ou "Get Yer Ya-Ya's Out dos Stones.
Vistos desde meados dos anos ´60 basicamente como uma banda de singles, Pete Townshend, principal compositor da banda, foi levado por Kit Lambert, um dos managers da banda, a explorar e criar um álbum conceptual, que veio a resultar em Tommy, lançado em 1969, um álbum que retrata a vida de uma criança cega, surda e muda, mas que apesar de todos os infortúnios retratados, é um ás nas máquinas de flippers, desde o Soho em Londres, até Brighton,
Um álbum que captura os The Who, uns meses antes do álbum "Who's Next", já aqui retratado por mim há umas semanas atrás, e que elevou-os definitivamente para "stadium rockers", pelo menos até 1978, ano em que Keith Moon morre prematuramente aos 32 anos, vítima de uma overdose, ao que dizem "acidental…".
Não querendo entrar no debate de qual o melhor álbum ao vivo de todos os tempos, pois discussões dessas sempre se revelaram fúteis e estéreis, este é no entanto, um dos melhores de sempre, e além disso, terá obrigatoriamente de ser ouvido alto.
Então, sigam o meu conselho, ponham o volume no 11 e deixem-se maravilhar por mais uma obra prima…!!!
Até para a próxima semana