O antigo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, alegou, enquanto estava a prestar um depoimento na Polícia Federal, que investiga o seu envolvimento nos ataques dos seus apoiantes às sedes dos três poderes, que estava medicado quando publicou nas redes sociais um vídeo onde questionava os resultados das eleição presidenciais.
"A postagem foi acidental e [Bolsonaro] não fez nenhum cometário em cima deste 'post' e apagou logo na sequência. O [ex-] presidente quando saiu de férias tratou a eleição como página virada. Em momento algum você vai encontrar alguma declaração dele declinando [afirmando] que eleição tenha sido fraudada", disse o advogado que faz parte da defesa de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno.
Esta alegação foi corroborada pelo ex-secretário especial de Comunicação do Brasil, assessor e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.
"Quando alertado, tomou conhecimento da postagem, respondendo a um outro colega [jornalista], o [ex]-Presidente nem sabia ou tinha percebido que havia sido postado o referido conteúdo. Assim que alertado, apagou o vídeo", justificou Wajngarten.
Neste vídeo é possível observar uma declaração de um procurador do estado de Mato Grosso do Sul que sustenta teses sobre fraudes nas urnas eletrónicas já desmentidas pelas autoridades.
Os meios de comunicação locais revelaram que o ex-Presidente só respondeu a perguntas relativas ao vídeo, apresentado como um elemento que liga Bolsonaro à invasão às sedes dos três poderes.
A justiça brasileira está a investigar Bolsonaro para esclarecer se este teve participação na instigação dos atos golpistas, estando também a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.