A poucos dias das presidenciais turcas, que se realizam já no domingo, o líder do Partido da Pátria, Muharrem Ince, anunciou a sua saída da corrida, sobrando agora três candidatos — além de Erdogan, atual Presidente, estão Sinan Ogan, da Aliança Ancestral, e Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP), que lidera as sondagens.
Para evitar que o acusem de «roubar votos à candidatura apoiada por seis partidos da oposição», Ince abandonou a corrida.
«Retiro a minha candidatura», declarou numa conferência de imprensa o líder do partido Memleket (Pátria), que segundo as mais recentes sondagens reunia entre 2% e 4% das intenções de voto. Ao justificar a sua decisão, Muharrem Ince afirmou que a aliança da oposição «colocaria todas as culpas» sobre ele perante um cenário de derrota. «Não quero que tenham desculpas», afirmou.
Segundo o The Guardian, o ex- membro de longa data do Partido Republicano do Povo (CHP) retirou-se da contenda por outro motivo: um vídeo sexual que circulava na internet. Segundo Ince, não passa de um deepfake, uma espécie de montagem, para o qual foram usadas imagens de «um site porno israelita». «Se eu tivesse essas imagens de mim mesmo, elas teriam sido tiradas secretamente no passado. Mas eu não tenho essas imagens, nem essa gravação. Esta não é a minha vida privada, é calúnia. Não é real», defendeu.
Muharrem Ince foi o candidato do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata) nas eleições presidenciais de 2018, tendo sido derrotado na primeira volta por Recep Tayyip Erdogan.
Em maio de 2021, lançou o seu próprio partido nacionalista laico.
As eleições presidenciais e legislativas na Turquia serão decisivas para a manutenção, ou não, do Presidente Recep Tayip Erdogan e do seu partido AKP, no poder há duas décadas. Perto de 61 milhões de eleitores vão decidir o futuro do país no dia 14 de maio.