O Presidente do Brasil, Lula da Silva, revelou, esta segunda-feira, que as últimas revelações sobre a tentativa de golpe de estado, quando milhares de radicais assaltaram as sedes dos três poderes, demonstram que Jair Bolsonaro "coordenou" uma tentativa de golpe de Estado.
"Já está provado que [os fascistas] tentaram dar um golpe coordenado pelo antigo Presidente que agora nega que apoiou, mas que, quando perdeu as eleições, fechou-se em casa para preparar o golpe", disse o atual Presidente do Brasil, numa mensagem transmitida nas redes sociais, acrescentando que a Justiça continuará a investigar estes atos e que os responsáveis serão punidos exemplarmente.
"Vamos investigar quem são os culpados, e vão pagar, vão ser julgados pela justiça civil e irão para a prisão se tiverem cometido algum crime, mas não vamos aceitar que essas pessoas tentem dar um golpe e destruir a democracia do nosso país", disse Lula.
As declarações do Presidente surgem numa altura em que há suspeitas sobre a participação do capitão na reserva do Exército Jair Bolsonaro em possíveis conspirações para não deixar que o resultado das últimas eleições presidenciais fosse cumprido.
Em causa estão mensagens intercetadas pela polícia no telemóvel do tenente coronel Mauro Cid, antigo apoiante de Bolsonaro e detido por alegada fraude com vacinas contra a covid-19, sobre a possibilidade de o Governo declarar estado de sítio.
Uma das mensagens acima referidas parece ser uma espécie de projeto de decreto que invocaria uma intervenção militar.
"Para assegurar o necessário restabelecimento do Estado Democrático de Direito" e "com base em disposições expressas da Constituição, declara-se o estado de sítio", pode ler-se.