Pode ser o sinal de que o fim do grande ator está cada vez mais próximo. A coleção de arte de Alain Delon foi ontem leiloada em Paris, tendo rendido mais de sete milhões de euros, dinheiro que se destina a obras de beneficência.
Entre as 84 obras leiloadas encontram-se pinturas de Delacroix e Corot, o grande paisagista do século XIX, gravuras de Dürer – O Cavaleiro, A Morte e o Diabo, de 1513 – e de Rembrandt, desenhos de Degas e de mestres italianos do século XVI, e esculturas de animais de Rembrandt Bugatti e de Guyot. Porém, a grande estrela foi uma tela de Raoul Dufy, A Baía de Sante-Adresse, o único lote que superou a marca de um milhão de euros.
Delon fez a sua primeira aquisição em 1969, e logo três anos depois perdia a cabeça com um desenho de um inseto da mão de Dürer. A sua coleção haveria de crescer exponencialmente com compras em Londres e Paris, especialmente na década de 70. Com uma predileção muito clara pelo desenho e em particular por Millet, o autor do Angelus (1857).
«A diferença entre os profissionais e eu é que eles têm um limite, eu não», confidenciou o ator numa entrevista ao Le Monde em 2007. «Eles podem ter mais dinheiro, mas quando passa uma certa estimativa, param. Eu estava tão fora naquela época que fiquei com o último desenho de Dürer colocado numa venda pública».
O ator francês de 87 anos revelou em março último que se despediria da vida com recurso ao suicídio assistido.