Vários países têm registado nas últimas semanas preços negativos na produção de energia e Portugal não tem ficado alheio a esta tendência. Esta queda, de acordo com o The Guardian, deveu-se ao excesso fornecido pelas fontes renováveis, resultado das condições climáticas que favoreceram a geração de energia solar e hidroelétrica. De acordo com o mesmo jornal, estes preços negativos surgem quando há excesso de oferta de eletricidade no mercado, uma quantidade de energia que não pode ser armazenada para uso posterior. Nesses casos, produtores pagam ou geram créditos para incentivar os grandes consumidores a retirar o excesso de eletricidade da rede e evitar a sobrecarga do sistema. Mas geralmente não têm impacto no consumidor final.
Ainda nesta quinta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revelou que o nosso país registou a oitava maior queda dos preços dos produtos energéticos em maio de 2023, entre os 38 países membros, segundo os dados divulgados pela entidade. Já em termos homólogos, o índice de preços da energia caiu 5,1% no mês em análise no conjunto dos 38 países, depois de ter subido 0,7% em abril. Mas há grandes diferenças entre os vários países. Por seu lado, nos produtos energéticos a taxa de variação de preços foi negativa em 16 países da OCDE, mas a inflação energética manteve-se nos restantes, com taxas acima dos 10% na Letónia, Itália, República Checa, Colômbia e Hungria. Já no final do mês passado, o Banco Central Europeu garantiu que a energia já não será utilizada pela Rússia como uma arma e que a Europa deverá atingir a capacidade máxima de armazenamento até ao final de agosto. E acenou com o elevado nível de armazenamento. «Se continuarmos como até aqui, até meados ou final de agosto teremos atingido a capacidade máxima, o que significa que vamos precisar de menos gás este inverno. A segunda é que estamos a reduzir de forma consistente, por 18 a 19%, o consumo de gás natural», disse o economista-chefe do executivo comunitário, Miguel Gil Tertre.