“À descoberta de Arouca”

Em Arouca, as histórias da terra são-nos contadas pelas rochas, paisagens, serras e rios existentes. Fico muito feliz com a criação de um Geoparque Mundial da UNESCO – o Arouca Geopark.

Querida avó,

Efetivamente tenho muito para te contar sobre Arouca .Têm sido dias de trabalho bastante intensos! No espaço de um mês fui duas vezes a Estremoz, passei uma semana nos Açores, na ilha de Santa Maria, e ainda fui a Arouca, onde volto em breve.

E muitos ainda nos questionam se não trabalhamos, imagina.

Entre as tertúlias com o nosso livro e as montagens, e inaugurações, das exposições do Ruy de Carvalho, pouco tempo me resta para descansar e conhecer os locais onde vou.

Agora lembrei-me de uma conversa com a nossa amiga Simone, onde ela me disse: «Gostava de ter ido a Paris»…

Perante o meu ar de espanto acrescentou: «Perdi a conta à quantidade de vezes que fui a Paris, mas em trabalho. Nunca tive tempo para conhecer a cidade como a maioria das pessoas que vão a Paris!».

Bem que me dizias que iria adorar Arouca.

É uma vila que nos recebe de braços abertos. Muito bem cuidada, com lindos jardins e canteiros, pessoas muito acolhedoras, uma gastronomia excelente e uma grande quantidade de doces conventuais, que são um grande pecado.

Arouca tem muito para descobrir!

O que me levou a Arouca, como sabes, foi a inauguração da exposição de homenagem ao Ruy de Carvalho, que este ano celebra 25 anos de ter sido distinguido com a chave de ouro do Município.

Como não podia deixar de ser aproveitei para ir à descoberta de Arouca.

Adorei conhecer o Mosteiro de Santa Maria de Arouca e a igreja.

Não fazia ideia que D. Mafalda, filha de D. Sancho I, neta do nosso Fundador, estava tumulada em Arouca. Nem que tinha sido Rainha e, muito mais tarde, Santa.

Não é de estranhar, como tal, que em Arouca encontres muitas Mafaldas.

A convite da Presidente da Câmara, Margarida Belém, fiz, finalmente o caminho dos Passadiços do Paiva.

Antes que me perguntes, é obvio que tinha que percorrer a ponte suspensa, a 516 Arouca.

Bjs.

 

Querido neto,   

Fico estafada com tanta ida e vinda. Ainda bem que não levas o Ruy para essas caminhadas. Embora ele vá do Minho ao Algarve como quem vai de Cascais a Oeiras, já está com 96 anos. Deixa-o descansar!

Fico muito feliz que a exposição esteja no Município de Arouca. Ruy de Carvalho tem sido um belíssimo embaixador de Arouca. Rendeu-se ao património local, à gastronomia e à hospitalidade dos arouquenses, como também tu tiveste oportunidade de sentir.

É de louvar que Margarida Belém, a atual Presidente da Câmara, mantenha o legado que foi criada por Armando Zola, em 1998.

Adorei a nossa participação da tertúlia que foi realizada pela Academia Sénior de Arouca. Que gente tão participativa. Saíram de casa, com um calor tórrido, para nos ouvir falar do nosso livro.  

Quase me deu uma apoplexia ao imaginar-te a atravessar a ponte suspensa, que tem o nome de 516, precisamente, por ser essa a sua altitude. Matas esta tua avó do coração! Fizeste os 8 km do Passadiços do Paiva? Isso já não é para a minha idade. Mas fazes lindamente. Não podes estar só sentado no sofá, a comer doces conventuais de Arouca e, a escrever cartas para esta avó que tanto te ama.

Já não vou a Arouca há uns anos, onde também sempre fui muito bem recebida. Quem sabe volte um dia, se a minha exposição for para lá.

As fotos que me foste enviando são lindas. Ajudou-me a recordar as minhas visitas às escolas de Arouca. Espero que tenhas visitado as Pedras Parideiras e o Museu das Trilobites.

Em Arouca, as histórias da terra são-nos contadas pelas rochas, paisagens, serras e rios existentes. Fico muito feliz com a criação de um Geoparque Mundial da UNESCO – o Arouca Geopark.

Vamos aproveitar estes meses de verão para falar destes e outros temas.

Portugal tem muitas coisas para descobrires. A avó tem todo o gosto em acompanhar-te nessas viagens, sem sair da Ericeira.

Bjs