Pelo segundo ano consecutivo, o número de nascimentos em Portugal voltou a aumentar nos primeiros seis meses do ano.
Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), entre Janeiro e Junho, 41.892 recém-nascidos realizaram o ‘teste do pezinho’ ao abrigo do Programa de Rastreio Neonatal (PNRN), responsável por coordenar este programa levado a cabo pela sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Departamento de Genética Humana. Ou seja, foram mais 2405 testes feitos a recém-nascidos do que nos primeiros seis meses de 2022 e mais mais 4127 relativamente ao ano imediatamente anterior, 2021.
Segundo o INSA, é um aumento que ronda os 6% face ao primeiro semestre de 2022 – ano em que a natalidade cresceu 5,1%, após o decréscimo acentuado observado em 2021. Recorde-se que há dois anos houve uma quebra histórica da natalidade devido à pandemia da covid-19 – o país ficou abaixo dos 80 mil nascimentos nesse amo.
De acordo com alguns especialistas, um dos fatores que pode explicar este aumento é o nascimento de filhos de mãe estrangeira. Em 2021, representaram 14% do total de nascimentos em Portugal. Por outro lado, o aumento pode estar relacionado com o impacto pós-pandemia. É possível que muitas mães que tenham adiado os nascimentos dos filhos pelas incertezas trazidas pelos confinamentos consequentes da pandemia da covid-19. Agora, sobretudo mulheres entre os 30 e 35 anos, parecem retomar os planos de serem mães.
Segundo os dados do PNRN, tal como nos anos anteriores, a maioria dos recém-nascidos encontram-se na capital dos país (12.613) e na cidade invicta (7.550). Por outro lado, os distritos do interior – nomeadamente Portalegre (253), Bragança (305) e Guarda (308) – registam os valores mais baixos. Sabe-se também que Janeiro foi o mês com mais nascimentos.
O chamado ‘teste do pezinho’ é, de acordo com o INSA, efetuado através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança e permite «diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida» e que mais tarde «podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma».
De acordo com dados da Eurostat divulgados na terça-feira, em 2022 a UE ganhou quase 1,7 milhões de pessoas. Ou seja, Portugal acompanha assim a tendência na União Europeia. Depois de dois anos em queda devido à covid-19, a população europeia aumentou. Segundo a Eurostat, a população no país cresceu também devido à imigração. Em 2022, o país ganhou cerca de 156 mil habitantes.