Migração ilegal. Cerca de 10 detidos em megaoperação

Rede criminosa manipulava sistema de agendamentos do SEF e permitia aos migrantes ilegais circular livremente na União Europeia.

A Polícia Judiciária (PJ), em cooperação com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), desencadeou esta segunda-feira uma megaoperação, na grande Lisboa, com vista a desmantelar uma associação criminosa responsável pela circulação de migrantes em situação ilegal na Europa. De acordo com a CNN Portugal, as suspeitas recaem sobre mais de uma dezena de pessoas, a maioria com origem em países do sudeste asiático.

Desta operação já resultaram cerca de uma dezena de detenções, mas as diligências de combate à migração clandestina vão continuar nos próximos tempos, adiantou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. Estão também a decorrer intervenções da mesma natureza noutros países da União Europeia, como França, Espanha, Alemanha, Bélgica e Áustria.

Em Lisboa, a operação contou com cerca de uma centena de inspetores da PJ e decorreu na zona do Martim Moniz e na Avenida Almirante Reis. Entre os locais inspecionados estão alojamentos locais que albergam migrantes muitas vezes em número superior à capacidade dos espaços. Nestes locais estiveram ainda inspetores do SEF, para identificar e verificar os documentos de todos os migrantes presentes, e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), para verificar as condições de alojamento.

De acordo com a SIC Notícias, foram desenvolvidas ações semelhantes em Vila Franca de Xira e na Margem Sul do Tejo.

Em causa estão suspeitas de associação criminosa para tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal, falsificação de documentos e branqueamento. A rede ilegal terá alegadamente criado um esquema através da multiplicação de agendamentos de entrevistas, manipulando o Sistema Automático de Pré-Agendamento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para os imigrantes solicitarem autorização de residência a troco de milhares de euros. Sem capacidade para dar resposta a todos os candidatos, estes podiam circular livremente no espaço Schengen, bastando para isso mostrar prova de que aguardavam entrevista pelas autoridades portuguesas. Há suspeitas sobre 300 mil casos.