Bruxelas: a viagem da quinzena de Lula da Silva

 Outra dificuldade do Brasil com a maioria da UE é na relação com a Venezuela e Nicarágua, que Lula insiste em considerar democracias. Lula conseguiu foi envolver o Presidente Macron em sua intermediação na política da Venezuela.

O Presidente Lula da Silva não consegue passar 15 dias no Brasil. Semana passada deu um pulo à fronteira com a Colômbia para cuidar da reunião de Belém, no dia 30, dos países amazónicos. O encontro vai ser também para prestigiar Nicolás Maduro, que é do mesmo grupo político dos presidentes da Colômbia, Brasil, Suriname, Bolívia e Peru. O único que não é de esquerda é o do Equador. 
 
Esta semana desembarcou, com a mulher, Janja, como sempre, em Bruxelas para reunião da União Europeia em que tratou do acordo com o Mercosul, entidade que preside no momento. O mentor de sua política externa é o diplomata Celso Amorim, que foi seu ministro do Exterior nos mandatos anteriores e é de esquerda. Amorim é quem inspira o alinhamento do Brasil com o eixo China-Rússia. Lula não aceitou exigências da UE para firmar o acordo na questão ambiental e respondeu com uma carta dura. Os diplomatas mais experientes acham que não vai ter sucesso o acordo e que a lua de mel dos europeus com ele terminou com a postura no caso da Ucrânia. Outra dificuldade do Brasil com a maioria da UE é na relação com a Venezuela e Nicarágua, que Lula insiste em considerar democracias. Lula conseguiu foi envolver o Presidente Macron em sua intermediação na política da Venezuela.
 
 
 
VARIEDADES
 
• O que pode estar travando a recuperação da economia brasileira é que 78% das famílias estão endividadas. Muitas sem crédito. O governo faz acordo com bancos e cartões de crédito e zerou dividas de até 20 euros. 
 
 
 
• O Presidente Lula envia para o Congresso um projeto de lei que limita a participação de policiais e militares na política. Hoje, o militar se afasta, é candidato e, se não for eleito, regressa à tropa. Lula quer que, para ser candidato, o militar renuncie a carreira ou peça reforma quando atender à lei. A bancada ligada ao ex-Presidente Bolsonaro tem forte presença de policiais e militares.
 
 
 
• O déficit habitacional no país convive com grande número de imóveis vazios nas principais cidades. O investimento no imobiliário foi uma fuga dos juros baixos, do risco político e da busca por segurança. Seriam 12 milhões de unidades vagas.
 
 
 
• Nas férias de inverno, este mês de julho, o Rio de Janeiro volta a figurar como maior destino turístico do mercado nacional. Ocupação hoteleira superior a pré-pandemia.
 
 
 
• A JBS, maior empresa do mundo em proteína animal, vai ser cotada na bolsa de Nova York. A brasileira tem a metade de seu faturamento nos EUA, onde é a número dois. JBS está presente em muitos países e emprega cerca de 250 mil trabalhadores.
 
 
 
• Depois dos carros populares e do financiamento aos veículos pesados, o Presidente Lula quer ajudar a indústria com facilidades para a venda da chamada linha branca – geladeiras, máquinas de lavar, televisores -, cujas vendas também andam fracas.
 
 
 
• A Marina da Glória, no Rio, vai reunir o que tem de melhor na música popular, baianos em especial, nos dias 13 e 14 de agosto. Nelson Motta reunirá Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gilberto Gil, entre outros.
 
 
 
• Paris passou Miami como principal destino turístico dos brasileiros no hemisfério norte. A burocracia americana para os vistos influenciou. Lisboa é o terceiro.
 
 
 
• A embaixadora Gabriela Albergaria foi a anfitriã do almoço do corpo consular no Rio de despedidas do Cônsul da Bélgica, Daniel Dargent no Palácio São Clemente.
 
 
 
Rio de Janeiro, julho de 2023