O estado da Nação e o CDS-PP

Falar do estado da Nação é persistir  num primeiro-ministro que mantém Portugal a marcar passo, usando o Governo para resolver os problemas do PS…

Por Nuno Melo 

Falar do estado da Nação, é ter presente um Governo em fim de ciclo, com pouco mais de um ano e meio de mandato. É ter em conta 13 governantes substituídos em 16 meses apenas, envolvidos em casos, alguns com relevância criminal grave, sem explicações decentes do primeiro-ministro, que escolheu cada um deles, na base da estrita confiança política. É perceber que nenhuma nova escolha resolveu os problemas que persistem e em muitos casos se agravam em Portugal. É confirmar que o SNS está pior, quando já sobrevivia penosamente ao tempo de Marta Temido. É ter uma ministra da Agricultura de costas voltadas para o setor, sem convite para participar nas iniciativas das confederações representativas. É suportar a leviandade da relação entre o Governo e a TAP renacionalizada por preconceito ideológico, com ministros e secretários de Estado a interferirem em decisões de gestão corrente e a decidirem indemnizações de meio milhão de euros por SMS, com direito a surto amnésico de Pedro Nuno Santos, apesar disso poupado por uma deputada transformada em comissária política do PS, numa comissão de inquérito da Assembleia da República. É ser forçado a aceitar serviços de informação transformados numa espécie de policia política, a pedido do gabinete do primeiro-ministro. É ver em João Galamba um ministro das Infraestruturas vaiado quando sai de casa, só reconhecido no cargo pelos fiéis do largo do Rato, encerrados nas dependências da bolha partidária que lhes tolda a lucidez. É persistir num primeiro-ministro que mantém Portugal a marcar passo, usando o Governo para resolver os problemas do PS, sem muitas notas dignas de registo em relação àquilo que o país precisa.

 

Aliás, impressiona que um dos poucos sucessos – IVA zero dos bens alimentares essenciais – tenha sido na verdade ideia do CDS-PP, lançada em abril de 2022, mas só adotada um ano depois pelo Governo, que pelo caminho arrecadou muitos milhares de milhões de euros à conta dos sacrifícios dos portugueses massacrados pela inflação. 

 

No dia 19 de julho de 1974, em tempos muito difíceis, com grande coragem e assumindo todos os riscos, 29 fundadores subscreveram a Declaração de Princípios que deu vida ao CDS-PP. 

 

Um partido assim, que há 49 anos trabalha no poder e na Oposição por um país mais próspero e mais humanista, que privilegia a liberdade, o valor do mérito e do trabalho, o respeito pelo direito de propriedade, com menos Estado e menos impostos, as famílias com mais liberdade de escolha e as empresas com mais competitividade fiscal, que defende a autoridade do Estado, das forças de segurança, das famílias e dos professores, que é urbano e é rural, conciliando com igual valor estratégico o Litoral, o Interior e as regiões autónomas, é um bem maior da democracia, pelo qual continua a valer a pena lutar.