Três semanas depois de a Justiça europeia ter retirado a imunidade parlamentar a Carles Puigdemont, a Procuradoria do Supremo Tribunal espanhol pediu, esta segunda-feira, a emissão de um mandado de captura e detenção ao ex-líder do governo catalão.
Este pedido foi feito ao juiz Pablo Llarena e é também válido para o antigo ministro e conselheiro do ex-presidente do governo regional catalão, Toni Comín.
"Embora esta sentença possa ser objeto de recurso perante o Tribunal de Justiça da União Europeia, o mesmo não tem efeito suspensivo, pelo que, tendo em conta a situação pessoal de ambos – fugidos à justiça e à revelia -, é oportuno voltar a emitir mandados de detenção internacionais e europeus", pode ler-se no pedido do procurador, que afirma que, em causa, estão crimes de desobediência e peculato agravado, com o Ministério Público a sublinhar que este segundo crime prevê penas de prisão de 6 a 12 anos.
Puigdemont já reagiu a esta notícia escrevendo no Twitter "num dia és decisivo para a formação de um governo em Espanha, no dia seguinte Espanha ordena a tua detenção".
Esta decisão acontece um dia depois de se ter ficado a conhecer o resultado das eleições espanholas, que deixam o eurodeputado catalão numa posição fulcral para desbloquear o impasse político em Espanha, uma vez que os votos conseguidos pelo Juntos pela Catalunha, liderado pelo catalão, podem ajudar Pedro Sánchez a obter uma maioria no senado.