Sánchez lembra que governa regiões onde não foi mais votado

Sánchez respondeu a uma carta do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, que foi o vencedor das eleições legislativas espanholas sem maioria absoluta e que tem defendido que o partido mais votado é que deve governar.

O líder do PSOE e primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez, lembrou que governa regiões e municípios sem ter ganho as eleições, apoiado numa maioria parlamentar, como prevê a Constituição do país.

Sánchez respondeu a uma carta do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, que foi o vencedor das eleições legislativas espanholas sem maioria absoluta e que tem defendido que o partido mais votado é que deve governar.

Feijóo, que na carta a Sánchez pedia uma reunião esta semana para evitar "a ingovernabilidade" de Espanha, defende que o segundo partido mais votado deve sempre viabilizar um executivo minoritário do vencedor das eleições, através da abstenção dos seus deputados.

O político defende que esta é a forma de evitar coligações como forças extremistas, tanto de direita como de esquerda.

Feijóo defende que esta posição durante a campanha eleitoral das legislativas, que coincidiu com a formação de governos regionais e municipais em Espanha liderados pelo PP em coligação com o VOX, embora os populares não fossem os mais votados nessas autonomias e autarquias, como lhe lembrou Pedro Sánchez.

Na resposta que Sánchez enviou, esta segunda-feira, a Feijóo, o líder do PSOE lembrou precisamente que o PP aplicou "historicamente" e "de modo sistemático em todas as latitudes de Espanha" o princípio democrático de poder governar mesmo não sendo a força mais votada.

Sánchez escreveu a Feijóo que aceita a reunião, mas só depois da constituição formal do novo parlamento, em 17 de agosto, e das audições dos partidos por parte do rei Felipe VI, mas lembrou-lhe que, segundo a Constituição de Espanha, as regras de formação do Governo "se ajustam aos princípios da democracia parlamentar".

Sanchéz insistiu em que está em causa um "princípio básico da democracia parlamentar" que tem permitido ao próprio PP "chegar à presidência de governos autonómicos e de autarquias apesar de não ser força mais votada".