A Lisboa que queremos

Lisboa não pode continuar a ser a cidade em que áreas fundamentais como a habitação, a higiene urbana, a mobilidade, o estacionamento e os transportes não estão a melhorar.

por Rui Paulo Figueiredo
Presidente da Comissão de Urbanismo da Assembleia Municipal de Lisboa

A eleição de Marta Temido como líder do PS em Lisboa, largamente apreciada pela base de apoio social do Partido, para além dos seus militantes, é um marco diferenciador na qualificação da oposição à atual gestão camarária e na construção de uma alternativa política para as autárquicas de 2025. Independentemente de quem venha a liderar o PS nessas eleições.

De facto, como disse a própria Marta Temido, na apresentação da sua orientação política para a Concelhia de Lisboa, o PS tem uma pluralidade de soluções que comparam bem com a gestão do atual presidente da Câmara. E tudo tem o seu tempo.

No entanto, é inegável, para a larga maioria dos portugueses, que ao longo do seu exercício de funções públicas Marta Temido demonstrou competência, capacidade de trabalho e de comunicação, permanente disponibilidade, enorme determinação, resiliência, entrega e capacidade de ouvir e dialogar. Além de que a sua simpatia, qualquer que seja a circunstância, é reconhecida.

Características que lhe permitem liderar um projeto político alternativo, mobilizador e inclusivo, que se quer construído com a participação de todos e em permanente diálogo com os lisboetas.

Sejam eles residentes individuais, em todas as zonas da cidade, ou estejam integrados em associações de moradores, desportivas, culturais e recreativas. Sejam militantes do PS, simpatizantes, independentes, ou até de outros movimentos progressistas. Participem no tecido social ou no tecido económico.

Diálogo através de mecanismos permanentes de participação ou diálogo regular com a cidade e os seus territórios através de ações de proximidade.

A Lisboa do futuro deve construir-se com todos, ter políticas para todos, não deve excluir e não deve deixar ninguém para trás.

Deve manter a audácia de ambicionar uma cidade mais justa e próspera, enquanto qualifica o território e promove a sustentabilidade.

De facto, Lisboa não pode continuar a ser a cidade em que áreas fundamentais como a habitação, a higiene urbana, a mobilidade, o estacionamento e os transportes não estão a melhorar. Estão mesmo a piorar. E os lisboetas não podem nem devem resignar-se a isso.

Tal como não devem resignar-se com um PDM que não evolui, com uma qualidade de vida a decrescer, com a perda de coesão social, com a falta de solidariedade intergeracional, com a falta de capacidade de reter os nossos jovens na cidade ou mesmo de implementar políticas sociais que cheguem a todos os que delas necessitam.

Precisamos de uma melhor cidade, com mais crescimento económico e mais sustentabilidade ambiental, e de protagonistas que queiram fazer mais, melhor e com uma nova forma de fazer política.

Próxima das pessoas e das instituições, aberta, inclusiva e com o foco em políticas públicas participadas, mobilizadoras, solidárias, geradoras de qualidade de vida e bem-estar, Marta Temido representa uma esperança renovada para quem acredita nesse desígnio.