No Largo da Rebelva, em Carcavelos, três Irmãs espanholas, um professor e estudantes de um colégio católico de Madrid – Corazón de María – comem pizza alegremente a aproximadamente duas horas do início da Missa de Acolhimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). "Estamos a pensar muito bem acerca da Jornada, mas o problema são os meios de transporte. Os sítios ficam muito longe uns dos outros e custa-nos chegar, com as crianças e os jovens, onde queremos. Parece que não reforçaram os serviços", começa por dizer o professor. "As pessoas são incríveis, os voluntários estão sempre dispostos a ajudar-nos, mas temos dificuldades para chegar a Lisboa. Como é que vamos chegar à missa das 19h no Parque Eduardo VII?", pergunta. "É uma pena porque a Jornada é para os miúdos. De qualquer modo, a gente de Portugal é maravilhosa. Por onde passamos com as bandeiras tentam falar connosco, acenam-nos… Tem sido fantástico!".
"Partilho aquilo que o Professor Roseto está a dizer mas, realmente, o encontro com as Irmãs e jovens que já conhecemos de outros lados tem sido muito bom. Ficamos emocionados por vê-los aqui. Estamos a partilhar a nossa fé e esta é uma oportunidade maravilhosa. Nota-se muito os frutos da JMJ porque até as pessoas que estão em casa fazem as suas orações e querem participar", narra, à sua vez, a Irmã Cíntia, indo ao encontro do grupo 'Totus tuus', também de Madrid, composto por jovens na casa dos 20 anos que destacam o facto de "todos os portugueses" com os quais se estão a cruzar "estarem a ser muito acolhedores e amáveis". "Em relação aos meios de transporte… Está a ser complicado, mas até melhor do que pensávamos. Tudo se agrava em horas de ponta, mas temos conseguido deslocar-nos. Andamos bastante a pé, mas estávamos preparados psicologicamente para isso. Apesar disto, estamos a adorar Lisboa", concluem.
Recorde-se que a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, enfatizou, a 14 de julho, que o plano de mobilidade e segurança para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é abrangente e não se limita apenas à Área Metropolitana de Lisboa, considerando-o "nacional", uma vez que os peregrinos estarão espalhados por todo o território português. Ana Catarina Mendes ressaltou que os peregrinos chegarão a Portugal uma semana antes do evento e partirão uma semana depois, muitos deles aproveitando para visitar várias partes do país. Destacou o profissionalismo e o esforço dedicado ao longo dos últimos 400 dias para garantir que tanto os perímetros de segurança quanto o plano de mobilidade fossem cuidadosamente trabalhados em colaboração com todas as autarquias e autoridades relevantes.
Importa lembrar também que os transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa aumentarão significativamente a sua oferta para acomodar o grande fluxo de peregrinos. Em cada dia útil, serão disponibilizados mais 354 mil lugares adicionais, enquanto no fim de semana serão oferecidos mais 780 mil lugares extra. Esse reforço na oferta de transporte público foi acordado em conjunto com diversas empresas de transporte, incluindo a CP – Comboios de Portugal, Metropolitano de Lisboa, Carris, Carris Metropolitana, Fertagus, Metro Transportes do Sul e Transtejo/Soflusa.
No entanto, como é possível ler no site oficial do Governo, para facilitar o fluxo de pessoas e garantir a segurança, algumas estações serão temporariamente encerradas em determinados dias. As estações do Metropolitano da Avenida, Marquês de Pombal, Parque e Restauradores ficarão fechadas nos dias 1, 3 e 4 de agosto. Já as estações de comboio da CP de Moscavide, Sacavém, Bobadela e Santa Iria serão encerradas nos dias 5 e 6 (sábado e domingo).
Além disso, a Carris, que é responsável pelo serviço de autocarros, realizará alterações em algumas linhas que servem áreas delimitadas pelos perímetros de segurança e também em locais com ruas estreitas e alto risco de segurança. Algumas linhas serão suprimidas ou terão mudanças de trajeto durante o evento. Os elevadores da Bica, Glória e Lavra também serão afetados, sendo encerrados nos dias 1, 3, 4, 5 e 6 de agosto.