Regressam as emoções do MotoGP

O MotoGP volta à ação em Inglaterra. Os pilotos da Ducati são a referência de uma época que tem sido acidentada para Miguel  Oliveira. 

Quando (quase) todos vão de férias, os pilotos de MotoGP voltam, este fim de semana, às pistas para disputar o nono grande prémio da temporada, e nada melhor do que o histórico circuito de Silverstone para retomar as hostilidades. No regresso às pistas, os pilotos vão encontrar uma novidade que é a sessão de qualificação com a duração de uma hora em vez das duas sessões anteriores de 30 minutos.

O início de época tem sido frustrante para Miguel Oliveira, como três quedas, duas delas motivadas por colisões com outros pilotos que o obrigaram a passar pelo hospital e a falhar outras duas corridas. «O balanço da primeira parte da temporada é difícil de fazer. Não consigo avaliar como positivo, nem negativo. Obviamente que houve momentos de muita frustração, porque as situações de abandono foram sempre causadas por terceiros», afirmou o piloto da Aprilia. Miguel Oliveira disse estar totalmente recuperado da lesão no ombro e acredita que pode voltar a lutar pela vitória. «Acho que é um ótimo momento para voltar depois de uma pausa tão longa, que foi muito útil para eu recuperar a 100%. Sinto-me muito confiante e feliz por continuar a trabalhar e voltar a ser realmente competitivo com a Aprilia RS-GP. Não foi o início de época que esperávamos, mas vamos confiantes para a segunda parte e pretendemos trazer bons resultados».

O piloto vai competir em três pistas onde já venceu com a KTM (Áustria, Indonésia e Tailândia),  o que é sempre motivador. Resta saber se consegue a afinação certa para ter uma moto rápida em qualificação e em corrida. Francesco Bagnaia (Ducati) tem mostrado um andamento à parte, venceu quatro corridas e lidera o Mundial de pilotos com 35 pontos de avanço sobre Jorge Martin. No paddock, começa a haver a ideia de que dificilmente perde este campeonato, mas sabe-se que as corridas de MotoGP são extremamente disputadas e as contas não estão fechadas, pois há mais de metade dos pontos em jogo.

As férias de verão foram aproveitadas para relançar a discussão sobre a aerodinâmica nas motos de Grande Prémio. Este tema ganhou importância com as constantes evoluções introduzidas pela Ducati, há quem diga que adota princípios da Fórmula 1. O antigo bicampeão mundial, Casey Storner, lançou a primeira ‘acha para a fogueira’ ao afirmar: «Toda esta m…. deve desaparecer, os ailerons, o holeshot [sistema que baixa a suspensão dianteira e traseira da moto], o anti-wheelie [evita o levantamento da roda dianteira em aceleração] e o controlo de tração deve ser reduzido ao mínimo». E disse mais: «Tem de se reduzir os custos para que os marcas com piores resultados possam acompanhar os outros fabricantes». Isso pode acontecer, mas não é para já. Existe um compromisso técnico e desportivo entre a Dorna, promotor do campeonato, e a FIM válido até 2026.