Eliminação mas boa impressão

Portugal despediu-se do Campeonato do Mundo de futebol feminino após uma derrota, uma vitória e um empate, este último contra os Estados Unidos, atuais bicampeãs mundiais. Para a história fica o golo de Telma Encarnação – e a certeza de um futuro risonho para a equipa das quinas após a boa impressão alcançada nesta que…

As pessoas todas em Portugal vão rever-se no comportamento e na atitude destas jogadoras. Independentemente do resultado, a forma como elas competiram bravamente, como pressionaram sem medo, sem receios, à imagem do que é a mulher portuguesa: uma mulher valente, uma mulher que não tem medo de nada e que quando tem as suas oportunidades, olhos nos olhos, encara as coisas com quem quer que seja. Foi a afirmação, mais uma vez, para quem não andava desperto para a qualidade da jogadora portuguesa, da mulher portuguesa. Foi uma afirmação internacional». As palavras são de Francisco Neto, após a despedida da equipa portuguesa do Campeonato do Mundo de Futebol feminino, que decorre na Nova Zelândia. A estreia da equipa das quinas na prova chegou ao fim com um empate (0-0) diante dos Estados Unidos, as atuais bicampeãs mundiais. Ficou a boa impressão e faltou a pontinha de sorte na única grande oportunidade do encontro, com o remate de Ana Capeta a encontrar o poste da baliza adversária num momento em que já se tinham cumprido os 90 minutos do tempo regulamentar. Contas feitas, Portugal somou 4 pontos na competição, juntando a este empate a vitória histórica conseguida diante do Vietname, na 2.ª jornada da fase de grupos, com o golo histórico de Telma Encarnação e o segundo apontado por Kika Nazareth. No primeiro jogo de sempre na fase final de um Mundial Portugal havia perdido pela margem mínima (1-0) diante dos Países Baixos, embora também neste desafio tenham ficado claras as qualidades desta equipa. «A primeira vez que ouvimos o hino [é a principal memória que levo]. Foi o nosso primeiro Mundial, por isso levo esse jogo, a primeira vez. O mesmo quando, em 2017, jogámos contra Espanha [no Europeu], na primeira vez que esta equipa esteve lá. E agora a primeira vez que estivemos aqui e pudemos cantar o nosso hino, vou recordar esse momento», sublinhou o selecionador. 

Tristes mas orgulhosas

Na hora do adeus, as jogadoras não esconderam a mágoa, sobretudo depois de o apuramento para os oitavos de final ter sido travado pelo poste. Ainda assim, mostraram-se orgulhosas do percurso feito: «Orgulho enorme em fazer parte desta equipa e ser portuguesa. Merecíamos mais», lamentou Ana Borges. Já Kika Nazareth sublinhou que «temos de sair daqui orgulhosas». «Jogámos num estádio com 43 mil pessoas, perante o bicampeão do mundo e o jogo foi nosso», acrescentou sobre o último encontro realizado. Também a capitã Dolores Silva recordou a jornada inédita e lamentou a despedida agridoce. «Orgulhosa da minha equipa, o que fizemos nestas semanas. Chegar, depender só de nós, e fazer o que fizemos com as bicampeãs do mundo… Todas as meninas que nos viram, que sonhavam cá estar… Entrámos em campo por elas, por todas as mulheres, para ser inspiração para Portugal. Fica um sabor agridoce», afirmou. 

«Muito orgulhoso. E tristes, porque tínhamos expectativas enormes», rematou Neto.