Portugal tem 5.178 nadadores-salvadores certificados

No ano passado, morreram 157 pessoas por afogamento, o pior registo dos últimos 18 anos.

Esta época balnear, Portugal tem 5.178 nadadores-salvadores certificados para assegurar a vigilância nas praias, garantiu o diretor do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).

“Chega e não foge do número dos últimos anos, isto é a realidade", disse Paulo Vicente, à agência Lusa.

Para o responsável, a falta de nadadores-salvadores deve-se ao facto de que as pessoas terem deixado de querer exercer uma ocupação sazonal ou não aceitarem valores que consideram baixos.

Os vencimentos são pagos por municípios ou concessionários de zonas balneares, o que resulta numa disparidade de salários praticados ao longo do país, até em municípios contíguos. Uma situação que se pretende alterada com a nova Lei de Bases da Prevenção do Afogamento, que inclui legislação específica para nadadores-salvadores e cuja proposta está em fase final de preparação pela Comissão Técnica da Segurança Aquática para ser submetida ao Ministério da Defesa.

"Há muitos nadadores-salvadores que não aceitam" uma oferta de salário mensal de 1.200 euros, mais alimentação e alojamento, concretamente jovens universitários, que acabam por não exercer a função para a qual foram formados, optam por outras ocupações de verão, na hotelaria e na restauração.

O diretor do ISN defende que a criação de uma carreira profissional de nadador-salvador pode reverter a situação. "Queremos integrá-los na função pública ou continua na iniciativa privada, sazonal, em que vamos buscar só os jovens?", questionou. "Isto tudo é uma opção política”, sublinhou.

Em 2022, morreram 157 pessoas por afogamento em Portugal, o pior registo dos últimos 18 anos.