Associação que representa músicos do Stop lamenta contestação da Câmara

Os músicos e lojistas do Stop têm 10 dias para abandonar o edifício depois de terem notificado os proprietários e condomínio, revela um despacho assinado pelo presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira.

A associação que representa músicos do centro comercial Stop, Alma Stop, confessou lamentar a contestação da Câmara do Porto às conclusões do relatório sobre as condições de segurança.

A Alma Stop defende que o resultado deste estudo não prevê o encerramento do edifício.

"Lamentamos ainda a contestação, através de uma providência cautelar, da parte da Câmara Municipal do Porto, às conclusões do relatório de inspeção da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. O mesmo não prevê o encerramento do centro comercial Stop, dado que existe um processo de licenciamento em curso que visa a melhoria das condições de segurança", esclarece a direção da Alma Stop através de um comunicado.

"O [centro comercial] Stop não é um centro comercial ou um centro de espetáculos ou reuniões públicas. É o espaço de trabalho de muitos músicos, artistas e lojistas e merece todo o cuidado e atenção da Câmara do Porto e do Ministério da Cultura", acrescenta a associação, que representa cerca de 100 dos 500 músicos do espaço, pode ler-se, acrescentando ainda que lamenta a partilha de informação que tem como objetivo "desonrar a imagem" do espaço.

A Câmara do Porto, depois de ser contactada pela Lusa, remeteu as declarações para o Conselho Municipal de Segurança, agendado para segunda-feira à tarde, e durante o qual vai ser abordada a questão do centro comercial Stop.

Os músicos e lojistas do Stop têm 10 dias para abandonar o edifício depois de terem notificado os proprietários e condomínio, revela um despacho assinado pelo presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira.

"Determino a cessação da utilização do edifício, de todas as frações autónomas e do parque de estacionamento aberto ao público do referido edifício, fixando o prazo de 10 (dez) dias úteis para cumprimento voluntário desta medida de tutela", lê-se no documento.

O Stop, em funcionamento há mais de 20 anos como espaço cultural, com salas de ensaio e estúdios, viu a maior parte das suas frações serem encerradas a 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu em 04 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.