Mais de um quinto das mulheres negras em Portugal sofreu violência obstétrica

Entre as mulheres inquiridas, 10,7% não se sentiram respeitadas pelos profissionais de saúde durante a gravidez, 33,5% sentiram-se mesmo humilhadas e 41,1% negligenciadas.

Segundo um estudo, mais de um quinto das mulheres negras e afrodescendentes em Portugal sofrem violência obstétrica na gravidez e quase um quarto no parto, situações que associam à raça, idade e condição social.

Esta relatório, intitulado «'Experiências de gravidez, parto e pós-parto de mulheres negras e afrodescendentes em Portugal', criado pela Associação Saúde das Mães Negras e Racializadas em Portugal (Samanepor), chegou à conclusão que a maioria das inquiridas relatou "sentimentos positivos ao longo da gravidez".

No entanto, 10,7% não se sentiram respeitadas pelos profissionais de saúde durante a gravidez, 33,5% sentiram-se mesmo humilhadas e 41,1% negligenciadas.

Do total das 158 inquiridas, 21,4% afirmaram ter sofrido, durante a gestação, "violência obstétrica relacionada com questões de raça/etnia, idade, condição social ou outros fatores".

"O facto de ser negra influencia. O facto de ter um ar mais jovem também influencia. O facto de as mulheres negras serem rotuladas por terem muitos filhos, que não fazem mais nada a não ser ter filhos, também", afirmou Iva, uma das várias inquiridas neste estudo.