Diplomata sueco ao serviço da UE detido no Irão

Johan Floderus foi detido sob suspeitas de espionagem, enquanto estava de férias no Irão.

As autoridades iranianas confirmaram, esta terça-feira, a detenção de um cidadão sueco, ao serviço da União Europeia (UE), acusando-o de cometer crimes contra o Irão. De acordo com a agência noticiosa iraniana Mehr, o porta-voz da justiça do Irão, Masud Satayshi, indicou que estão em curso “procedimentos preliminares” contra o cidadão sueco, que já se encontra detido numa prisão, e contra outros colaboradores. Sem adiantar mais pormenores, as autoridades iranianas deram a indicação da abertura de um inquérito.

O cidadão Sueco em causa é Johan Floderus, de 33 anos, que viajou para o Irão como turista na primavera de 2022, para visitar um amigo na embaixada sueca. Este acabou sendo detido quando tentava sair do país. Fontes citadas pela estação de televisão sueca STV disseram que é acusado de espionagem

No passado dia 4 de setembro, o Governo sueco confirmou que Johan Floderus se encontrava preso no Irão há mais de 500 dias, acusando o regime iraniano de procurar uma troca de prisioneiros para obter a libertação de um cidadão do Irão, condenado a prisão perpétua no país nórdico por crimes cometidos durante a guerra contra o Iraque. 

Josep Borrel, o Alto Representante da UE para a Política Externa, confirmou que Johan Floderus “trabalha para a União Europeia” e prometeu envolver-se pessoalmente na sua libertação. O chefe da diplomacia da UE acrescentou ainda que não descansará “enquanto Floderus não for libertado”.

As relações entre o Irão e a Suécia ficaram tensas em julho de 2022, quando um tribunal sueco condenou um antigo funcionário iraniano a prisão perpétua pelo seu envolvimento na execução em massa e tortura de opositores em 1988 numa prisão da cidade de Karaj, situada nos arredores de Teerão.

O condenado, Hamid Nuri, foi detido no país europeu em novembro de 2019. Posteriormente, foi aberta uma investigação, em 2021, sobre o papel desempenhado pelo iraniano na morte de milhares de pessoas na prisão. O processo foi duramente criticado pelo Irão, que terá agora considerado uma troca de prisioneiros envolvendo os dois detidos.