Os médicos da Administração Regional de Saúde Norte iniciaram esta quarta-feira uma greve de dois dias convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para reivindicar a revisão transversal da grelha salarial de um grupo de profissionais “sempre penalizado”.
“A principal reivindicação dos médicos que teima em não ser atendida é simples: que o Governo reveja a grelha salarial dos médicos de forma transversal e abrangendo todos. Somos uma classe profissional essencial, mas sempre penalizada”, disse o secretário regional do SIM Norte, Hugo Cadavez.
Segundo o SIM, os médicos estarão paralisados desde a meia-noite de quarta-feira até às 00:00 de quinta-feira.
Esta greve de 48 horas é a segunda num mês.
Em declarações à agência Lusa, Hugo Cadavez disse que o SIM “não teve opção senão manter a greve” dada a “resistência do Governo em atender reivindicações básicas e justas”.
“Estamos a falar de uma perda do poder de compra de cerca de 20% nos últimos 10 anos por parte dos médicos. Estamos a falar de os médicos serem o único grupo da função pública, para além dos investigadores, que viu o ganho mensal diminuir. Estamos a falar de uma comparação com os restantes países da OCDE onde o ganho médio mensal dos médicos aumentou e em Portugal não, alias é o país onde a remuneração mais diminuiu”, resumiu.
O secretário regional do SIM Norte adivinha uma adesão “muito significativa” e prevê que o impacto da greve “comece a fazer-se sentir mais a partir das 08:00” porque até aí funcionam os serviços mínimos nos Serviços de Urgência, por exemplo.
Estão abrangidos nesta greve os hospitais e agrupamentos de centros de saúde não abrangidos pela greve que decorreu nos dias 6 e 7 deste mês.