Vários embaixadores e delegados estão indignados com o fecho de delegações da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). O novo conselho de administração liderado por Filipe Costa, que tomou posse em junho deste ano como presidente da AICEP, decidiu fechar as delegações de África do Sul (que passará a ser acompanhada desde Maputo, em Moçambique), Senegal, Timor Leste (que passará a estar representada na Indonésia), Cantão, na China, Irão, Chile, Colômbia, Venezuela, Cuba, Grécia, Roménia, Hungria, República Checa e ainda Viena, na Áustria.
Apesar do atual contexto de guerra na Ucrânia, o novo mapa da rede externa mantém a delegação de Moscovo, na Rússia. Vão ainda abrir três delegações em Singapura, Riade, na Arábia Saudita, e Tel Aviv, em Israel.
Ao que o Nascer do SOL apurou, os embaixadores e os delegados afetados não foram contactados previamente sobre a decisão e tomaram conhecimento durante uma reunião online de apresentação da nova administração no início desta semana.
Vários diplomatas já fizeram chegar cartas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros «revoltados por não terem sido consultados nem informados» e a manifestarem a sua «total discordância» face ao encerramento dos vários escritórios.
A preocupação é também que o comércio externo, a internacionalização e o apoio às exportações das pequenas e médias empresas deixem de ser prioritários.
Em junho, o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, já tinha antecipado que o Governo pretendia uma revisão para «diversificar a rede externa» da AICEP.
«Não pomos de parte, neste momento, fechar ou abrir [delegações], temos é de ver para onde é que as empresa querem ir e precisam de ir, aonde é que, nos parece útil e importante estarmos para que as empresas tenham apoio nos seus modelos de internacionalização», afirmou na altura Bernardo Ivo Cruz aos jornalistas, à margem da apresentação dos objetivos para novo mandato da AICEP.