Três freiras, que foram detidas este mês num lar juvenil em Vila Viçosa (Évora), encontram-se “fortemente indiciadas” pela prática de seis crimes de maus-tratos, diz o Ministério Público (MP).
À agência Lusa, o MP — Departamento de Investigação de Ação Penal (DIAP) de Évora, adiantou, esta sexta-feira, que a procuradora da República, na presença de um técnico de apoio social, inquiriu “doze crianças”, com idades compreendidas “entre os 5 e os 18 anos“.
A Arquidiocese de Évora, no dia 15 deste mês, disse que estava a acompanhar com “atenção, prudência e cuidado” este caso, de que tomou conhecimento através de um processo a decorrer no MP por suspeitas de maus-tratos no Lar Juvenil Dona Amália Tenreiro Cordeiro Vinagre, situado em Vila Viçosa.
As crianças foram inquiridas, e antes de as mesmas regressarem ao lar, foram emitidos mandados de detenção fora de flagrante delito para apresentação das arguidas a primeiro interrogatório judicial, para efeitos de aplicação de medidas de coação adequadas ao afastamento dos “perigos de continuação da atividade criminosa e de perturbação do decurso do inquérito, que se verificavam”, diz ainda o MP.
Foram aplicadas, às três arguidas, após presentes a primeiro interrogatório judicial de arguido detido, medidas de coação de “obrigação de não permanecer” no lar juvenil ou em espaços semelhantes, como escolas ou residenciais onde se encontrem menores de 18 anos em caráter permanente, independentemente do título de permanência, como lares infantojuvenis ou centros de acolhimento residenciais.
Além disso, foi ainda aplicada a “obrigação de não contactar, por qualquer meio”, com crianças menores de 18 anos, testemunhas dos presentes autos e funcionários do lar pertencente à Santa Casa de Misericórdia de Vila Viçosa.
